Crescem as expectativas entre os investidores que a Cesp, Cteep, Cemig e Copel optem por não assinar os contratos de renovação.
Se quiserem renovar as concessões que vencem até 2017, as elétricas sujeitas à Medida Provisória 579 terão de efetuar baixas contábeis bilionárias, que consumirão as reservas de lucros, reduzirão o patrimônio líquido e poderão comprometer a distribuição de dividendos. Isso porque os valores calculados pelo governo para a indenização dos ativos não depreciados ou amortizados das hidrelétricas e linhas de transmissão são muito menores que aqueles registrados como ativo financeiro ou imobilizado nos balanços.
No caso da Eletrobras, a empresa acreditava que receberia R$ 30 bilhões em indenização, mas terá direito a R$ 14 bilhões. O analista do JP Morgan, Gabriel Salas, prevê que a estatal terá de realizar uma baixa contábil para cobrir essa diferença, de R$ 16 bilhões.
No caso da Cesp, o custo atribuído às usinas de Ilha Solteira e Três Irmãos era de R$ 7,8 bilhões no início de 2009. Mas a indenização prevista para essas usinas é só de R$ 1 bilhão. A Companhia de Transmissão Paulista (Cteep) registrava como ativos não amortizados R$ 6,87 bilhões ao fim de junho, mas sua indenização será de R$ 2,89 bilhões.
Ontem, as ações das elétricas voltaram a registrar fortes quedas. Os investidores reagiram mal à definição pelo governo dos valores indenizados e as tarifas que as concessionárias poderão cobrar para renovar seus contratos. Os termos foram publicados na quinta-feira, antes do feriado de Finados.
As ações da Eletrobras PNB fecharam ontem em baixa de 8,2%. Os papéis ON caíram 4,6%. Desde o dia 31 de agosto, a Eletrobras já perdeu R$ 3 bilhões em valor de mercado, que encolheu para R$ 16,1 bilhões. Os analistas do JP Morgan, Barclays e Credit Suisse acreditam que a estatal irá aceitar a renovação de suas concessões por pertencer à União.
Mas, para Salas, do JP Morgan, a Eletrobras será única. Crescem as expectativas entre os investidores que a Cesp, Cteep, Cemig e Copel optem por não assinar os contratos, o que deve ser feito no dia 4 de dezembro. "Nossos preços-alvos para as empresa já consideram que as companhias vão preferir não renovar as concessões", escreveu o analista do Goldman Sachs.
As ações da Cesp PNB caíram ontem mais 5,8%. Em valor de mercado, a estatal paulista já perdeu R$ 4,4 bilhões desde o dia 31 de agosto, passando a valer R$ 5,6 bilhões. A Cemig, cujas ações PN recuaram ontem 2,8%, já perdeu R$ 7,7 bilhões em valor de mercado nos últimos dois meses, que encolheu para R$ 20,1 bilhões. (Valor Econômico)
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