sexta-feira, 5 de março de 2010

Hidrelétricas não podem eliminar a navegabilidade dos rios

O senador Jayme Campos (DEM-MT) sustentou em discurso quinta-feira (4) que lutará para impedir que as novas hidrelétricas a serem construídas nos rios que cortam Mato Grosso e desembocam no Amazonas - como o sistema Teles Pires-Tapajós, programado para receber quatro usinas elétricas - ignorem a navegabilidade. Ele alertou que as hidrelétricas precisam de eclusas, de forma a não impedir a navegabilidade desses rios, pois eles são fundamentais para o escoamento da produção agropecuária de Mato Grosso, do Tocantins, do Pará e do Amazonas.

Jayme Campos ponderou que o custo do transporte de Mato Grosso para o porto de Santos (SP) quase inviabiliza a produção mato-grossense, pois os grãos são transportadores, por rodovias, por cerca de 1.600 quilômetros. Para ele, a construção de hidrelétricas não tem levado em consideração o potencial da navegabilidade dos rios brasileiros e há necessidade de se encontrar um ponto de equilíbrio.

- Precisamos de energia, mas, também, de nossos rios navegáveis - observou. Jayme Campos pretende levar a discussão do problema à Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), com a realização de audiências públicas.

O senador disse que a solução pode ser a construção de barragens com eclusas, que mantêm a navegabilidade. Lembrou que a hidrelétrica de Itaipu foi inaugurada em 1984 sem eclusa e, agora, está exigindo do governo cerca de R$ 1 bilhão para essa obra adicional. (Agência Senado)