quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Governo muda regras para termelétricas no próximo leilão de energia

O governo vai limitar o nível de inflexibilidade de usinas termelétricas a gás, para otimizar o sistema de energia elétrica brasileiro, informou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Até o último leilão, os níveis de inflexibilidade eram livres. No entanto, a Petrobras, principal fornecedora de gás do país, ofertava preços mais baixos para as usinas que apresentassem inflexibilidade mais alta, de até 70%. Isso quer dizer que as usinas que garantissem o funcionamento contínuo de até 70% de sua capacidade pagariam preços mais baixos pelo gás e poderiam concorrer em vantagem nas licitações de geração de energia nova.

No entanto, a EPE considerou que o nível de 70% trazia um "risco de desotimização do sistema". Por isso, para o próximo leilão de energia nova, a ser realizado em dezembro, o chamado A-5, a instituição estabeleceu limite máximo de 50%. 

"No máximo compraremos [energia elétrica] com inflexibilidade [da usina] de 50%, para evitar que em um ano muito úmido você esteja queimando gás e jogando água fora. Se você coloca uma térmica a gás que seja totalmente inflexível, você tem que queimar o gás mesmo que esteja com o reservatório cheio", explicou. 

Tolmasquim acredita que o leilão de A-5 poderá acabar tendo maior participação de outras fontes de energia que não sejam de hidrelétricas, caso as licenças ambientais não saiam a tempo. 

"A gente acha que sai a tempo do leilão. Mas sem licença não pode entrar no leilão", disse Tolmasquim. "Temos uma demanda que tem que ser atendida. Se tiver as hidrelétricas, são a prioridade. Se não saírem, entram as outras fontes que estão inscritas no leilão, como eólica, térmica, biomassa, que vão ser transmitidas com uma carga maior e vão disputar entre elas." (Juliana Ennes | Valor)

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