quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cemig e Light criam empresa de 'smart grid'

Comandada por Jerson Kelman, nova companhia vai desenvolver projetos de rede inteligente de energia

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a distribuidora de energia fluminense Light vão criar uma nova empresa para atuar no desenvolvimento de redes inteligentes no setor de energia, conhecidas como "smart grids". Essa tecnologia permite a criação de produtos e serviços, como medidores de consumo e sistemas de abastecimento interativos para carros elétricos.

As empresas anunciaram a volta de Jerson Kelman ao grupo para comandar o novo negócio, apenas uma semana após ele deixar o comando da Light por divergências com executivos indicados pela Cemig em questões operacionais e estratégicas da companhia. A empresa mineira detém hoje uma participação de 32,47% da distribuidora.

O anúncio foi feito ontem no Rio pelo presidente da Cemig, Djalma Morais. "Vamos contratar uma empresa externa, talvez a Price, para estruturar essa companhia", declarou. O executivo não revelou prazos para o negócio sair do papel nem qual será a participação acionária de cada uma das sócias. A subsidiária, ainda sem nome, ficará abaixo da Axxion, empresa de tecnologia já existente, cujo capital é composto pela Light (51%) e pela Cemig (49%).

Veículos. Ontem, executivos das duas empresas apresentaram um dos primeiros produtos que vão compor o portfólio da nova sociedade: um sistema interativo de abastecimento de veículos elétricos. A ideia é que sejam instalados em shoppings, estacionamentos e outros lugares em que os carros possam receber energia. O proprietário poderá acompanhar o andamento da recarga à distância pelo tablet, celular ou computador.

O sistema indicará, por exemplo, em que horários a tarifa de energia é mais baixa e, consequentemente, mais vantajosa para o consumidor, com o objetivo de desestimular o consumo nos horários de pico. Além disso, uma tela no automóvel apontará onde há pontos de recarga e quais estão vagos. O modelo está sendo testado em carros fabricados pela Mitsubishi nos Estados Unidos e no Japão.

A implantação do sistema em escala comercial deve ocorrer em um ano. A Light ainda estuda com a montadora como será feita a venda dos carros no País. Morais disse ainda que está em busca de um outro sócio para o empreendimento, mas não deu detalhes sobre os potenciais parceiros.

"Vamos trazer um ente externo com experiência para fazer parte (da empresa)", declarou. Ele disse que ainda não está definido onde ficará a sede da nova empresa, mas revelou que pode ficar fora do Rio ou de Minas Gerais. "Se a empresa externa tiver um parque fabril em São Paulo, (a companhia criada) vai estar lá." Com a ida para a nova empresa, Kelman ficará a frente de um projeto que acompanhava com empolgação enquanto dirigia a Light. (O Estado de S.Paulo)

Leia também:
Elétricas esperam regras sobre leilão para definir 2013
Pequenas hidrelétricas pedem isenção fiscal para sobreviver
Governo discute solução para reservatórios de novas hidrelétricas
Remuneração dos investimentos em redes inteligentes preocupa distribuidoras