quinta-feira, 31 de maio de 2012

Governo estuda abandonar IGPs nas tarifas

O governo está preparando medidas para limitar a indexação dos preços. Para isso, quer novos índices de inflação que reflitam a atual situação econômica brasileira. Criada no fim da década de 1940, a família do Índice Geral de Preços (IGP) está na berlinda e, aos poucos, deve cair no ostracismo, se depender do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que pretende tirá-la do cálculo de reajuste das tarifas públicas.

O que a equipe econômica quer são índices setoriais - como já aconteceu com a área de telecomunicações, medicamentos e planos de saúde - para que os reajustes não carreguem variação de preços de outras áreas. A ideia é que estes novos indicadores sejam elaborados com a ajuda das agências reguladoras. Outra alternativa em análise seria negociar com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela medição dos IGPs, a criação de um IGP mais voltado para o mercado interno.

O governo não se conforma com o fato de o indicador que mede a produção do país em geral (inclusive do que é exportado) ser usado como referência na grande maioria dos contratos de aluguel em todo o Brasil. Para esse setor, poderá ser usado o índice de imóveis que está sendo concluído pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda. Ele pode ser uma opção para os contratos de aluguel no futuro, já que vai monitorar melhor o mercado imobiliário com os custos característicos do setor.

A avaliação é que os IGPs não refletem com precisão os preços no mercado interno e repassam ao consumidor brasileiro a alta das cotações de produtos exportados. O IGP não expurga o aumento dos preços de commodities vendidas ao exterior, como o minério de ferro, cuja produção é 90% exportada. Item que subiu mais de 25% no ano passado.

Neste momento, estuda-se a troca do IGP nos contratos de energia que serão renovados a partir de 2015. O governo também admite mudar o índice de correção da dívida de estados e municípios de IGP para a taxa de juros básica, a Selic. (O Globo)


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