quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: ANEEL, MME e EPE

Diretor da Aneel critica qualidade da energia oferecida no País

O diretor geral da Aneel Nelson Hubner, fez duras críticas à qualidade da energia ofertada no País, especialmente na região Sudeste. "É inadmissível ter os índices de duração e frequência da carga de energia gerada que vemos nesta região, considerada o eixo econômico do País", destacou, em sua apresentação na abertura do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase). Destacando que os números na região Sudeste tiveram pequeno crescimento em 2010 e 2011 sobre os anos anteriores, Hubner afirmou que alguns projetos de instalar estabilizadores de frequência que estão sendo implementados agora deveriam ter sido disponibilizados na rede na década de 70. 

"É claro que hoje temos mais tecnologias do que naquela época, mas esta prevenção está absolutamente precária. Não podemos conviver com tantos blecautes como temos verificado, alguns de grande porte, parando o Brasil inteiro, apenas por conta de pequenas causas". Hubner ainda destacou que a situação é a mesma na região Nordeste e na Centro-Oeste, sendo apenas um pouco melhor na região Sul, que apresentou estabilidade nos últimos anos nos índices DEC e FEC, que medem a duração e a frequência da energia gerada. "O esforço em busca de aumentar a qualidade tem de ser de todos", completou.


Decisão sobre revisão tarifária deve ocorrer em novembro, diz Hubner
O processo do terceiro ciclo de revisão tarifária das distribuidoras de energia elétrica deve ser concluído em 3 de novembro, quando a Aneel deve ter uma reunião para deliberar sobre o tema, afirmou o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner. A agência está finalizando as análises sobre as contribuições enviadas por agentes do setor durante o processo de audiência pública - que foi encerrado e reaberto neste ano. "A gente praticamente já fechou internamente o processo", afirmou Hübner, após participar nesta quarta-feira do 8º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico. O terceiro ciclo de revisão tarifária deveria entrar em vigor este ano, porém mudanças em alguns critérios de cálculo das tarifas resultaram na necessidade de mais debates. Entre os pontos considerados polêmicos está a fixação do custo médio ponderado de capital (WACC, na sigla em inglês), que para este ciclo ficou em 7,57% - a Aneel chegou a propor 7,15%.


MME critica a qualidade de distribuição de energia
O secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, disse que as distribuidoras precisam melhorar a qualidade do fornecimento de energia no Brasil. Os Indicadores da Aneel mostram que, entre 2000 e 2010, não houve avanços no que se refere ao tempo em que o consumidor brasileiro ficou sem energia. Se, em 2000, o índice de horas de interrupção de energia foi de 17,44, em 2010, foi de 18,35. Já o índice de interrupções no fornecimento de energia mantém-se praticamente estável desde 2004, quando foram registradas, em média, 12,12 interrupções. Em 2010, foram 11,28. Segundo Zimmermann, com os investimentos feitos na expansão da matriz energética brasileira, o risco de racionamento de energia atualmente é baixo no país. Por isso, o maior desafio hoje é investir na melhoria dos sistemas de distribuição para garantir a qualidade do fornecimento dessa energia. “Uma das coisas mais importantes é a qualidade da energia. Então, temos um esforço de busca permanente da melhoria dos índices de qualidade de energia do setor elétrico”, disse.


EPE: leilões de energia geraram R$ 80 bi de economia
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, afirmou ontem que os 20 leilões de energia já realizados no País representaram uma economia de R$ 80 bilhões na execução de projetos de geração de energia. No total, os 20 leilões movimentaram R$ 680 bilhões com o arremate de 461 empreendimentos, numa capacidade total de 63 mil megawatts (MW). "Além da economia, os leilões permitiram a entrada de novos agentes no setor, que estimularam a competitividade. Isso demonstra o sucesso do modelo", disse Tolmasquim na apresentação do balanço do setor energético brasileiro. Tolmasquim destacou ainda que a entrada de novos agentes também permitiu a diversificação da matriz energética. "No Brasil, a hidreletricidade ainda é a mais competitiva. Mas vemos crescer, a cada dia, o volume de energia eólica, que já é a segunda fonte mais barata, seguida do gás natural", afirmou, destacando o potencial de 143 mil megawatts de energia eólica do País. Segundo ele, até o final de 2012, o Brasil terá implementado nove usinas com capacidade de ofertar 4,5 mil MW.