Rio de Janeiro - O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, informou ontem (17/06) que a estatal deverá investir, em 2011, R$ 10,1 bilhões para expandir suas atividades no exterior, ampliar as linhas de transmissão e desenvolver novos projetos de geração de energia elétrica.
Carvalho Neto explicou que o maior volume de recursos irá para o setor de geração de energia com cerca de R$ 3,9 bilhões, seguido do setor de transmissão com aproximadamente R$ 2,6 bilhões. O setor de distribuição receberá R$ 897,6 milhões e a área internacional da holding ficará com R$ 400 milhões.
"O nosso objetivo este ano é atingir um percentual maior de investimentos do que no ano passado, quando os investimentos ficaram abaixo do previsto em razão do atraso em alguns projetos, o que dificultou a obtenção da meta”.
Em 2010, a Eletrobras investiu R$ R$ 6,96 bilhões, volume 34,2% superior aos R$ 5,19 bilhões investidos em 2009, mas ainda assim inferior aos R$ 10,2 bilhões previstos – cerca de 70% menos.
Para fazer frente aos desembolsos previstos a estatal brasileira do setor elétrico pretende captar no mercado externo até setembro deste ano cerca de US$ 1 bilhão. A empresa deverá negociar US$ 1,7 bilhão sob a forma de empréstimo para a aquisição de equipamentos no mercado externo para a Usina Angra 3, em fase de construção, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro.
Empresa pretende demitir de 300 funcionários
A Eletrobras anunciou que vai reduzir o número de funcionários de 1,3 mil funcionários, para mil empregados. Segundo a empresa, número considerado adequado por parecer técnico da Fundação Getulio Vargas.
O presidente da Eletrobras, no entanto, negou que a empresa vá promover demissão em massa na empresa e em suas controladas. “Nós deveremos promover um desligamento voluntário de funcionários, reduzir os custos com as horas extras e adotar uma gestão mais eficiente. Uma diminuição para mil empregados já é uma redução substancial e que será feita de forma gradativa”.
EDP Brasil
O executivo manifestou interesse da Eletrobras na compra dos ativos da Energias de Portugal no Brasil. O governo português quer vender seus ativos devido à crise fiscal enfrentada por Portugal, mas manter assento no Conselho de Administração das empresas.
"A EDP é uma grande empresa, tem atuação muito forte na Península Ibérica, tem parte de energia renovável, especialmente eólica, espalhada pelos Estados Unidos e parte da Europa. E tem participação forte no Brasil, na distribuição na Escelsa, Bandeirante, na usina de Lajeado", disse Neto. "É uma análise que estamos fazendo, temos o melhor relacionamento com eles, achamos que é uma grande empresa, bem administrada e somos bem complementares", afirmou. (Com informações da agência Brasil)