A estratégia do governo federal de fazer com que empreendedores de térmicas a gás disputem com os donos de parques eólicos no leilão de curto prazo de energia não agradou nem um lado nem o outro. A reação das térmicas era esperada, já que nos últimos leilões o preço da energia eólica foi capaz de derrubar os outros concorrentes. Mas empreendedores eólicos começam a mostrar que temem a competição das térmicas, principalmente aquelas que terão o gás disponível sem precisar de contratos com a Petrobras.
O próprio secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, diz que há uma expectativa sobre a competitividade das térmicas da MPX, que podem usar contratos de gás do próprio grupo, que tem poços de exploração do combustível no Maranhão. "E será um gás que não terá custo de transporte", disse o secretário em evento realizado em São Paulo nesta semana.
A ideia de fazer todos concorrem entre si, segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), é permitir que o mercado faça a divisão da matriz pelo preço. "Fazendo leilões em separado nós é que teríamos que fazer a divisão da demanda de energia e poderíamos acabar contratando energia mais cara", disse Tolmasquim. Mas ele também afirmou que não se poderá fazer indefinidamente leilões em que todas as fontes, com exceção da hídrica que é mais barata, concorram entre si já que o planejamento pode exigir a contratação de mais térmicas, que são usadas como um seguro para os tempos de pouca chuva.
O consultor Marco Tavares, da Gas Energy, afirma que é injusto fazer essa disputa por igual já que as eólicas têm mostrado que a capacidade de produção pode não ser efetivamente àquela declarada no leilão. Além disso, Tavares faz críticas ao fato de que o Nordeste já tem problemas para transmissão e a maior parte das eólicas são vendidas nessa região. A consultoria de Tavares desenvolveu um grande projeto no Rio Grande do Sul, à base de GNL, que não teve ainda sua energia vendida. Mas Tolmasquim diz que ainda não é necessário fazer qualquer leilão regional pois ainda não foi identificada um problema de transmissão que exija essa decisão. "Não podemos fazer com que o país pague uma energia mais cara sem necessidade".
Os empreendedores eólicos argumentam que o próprio consumidor sairá prejudicado, já que o governo está misturando projetos que têm um custo de combustível que é repassado. Tolmasquim explica que boa parte da previsão do uso do combustível já estará na tarifa que irá a leilão. Mas de qualquer forma admite que em anos de pouca chuva é possível que as térmicas tenham que operar em regime extraordinário e com isso o custo pode ficar maior.
O leilão de curto prazo, conhecido como A-3 (A menos três, com alusão ao ano de entrega da energia), será realizado em agosto e será seguido de um leilão de reserva, exclusivo para energias renováveis. O preço teto para térmicas, eólicas e biomassa foi estabelecido em R$ 139 o MWh e para o de reserva a R$ 146 o MWh. Para as hidrelétricas, no caso de Jirau participar, será R$ 102. Ao todo mais de 27 mil MW em capacidade instalada foram inscritos. (Valor Econômico)
O próprio secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, diz que há uma expectativa sobre a competitividade das térmicas da MPX, que podem usar contratos de gás do próprio grupo, que tem poços de exploração do combustível no Maranhão. "E será um gás que não terá custo de transporte", disse o secretário em evento realizado em São Paulo nesta semana.
A ideia de fazer todos concorrem entre si, segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), é permitir que o mercado faça a divisão da matriz pelo preço. "Fazendo leilões em separado nós é que teríamos que fazer a divisão da demanda de energia e poderíamos acabar contratando energia mais cara", disse Tolmasquim. Mas ele também afirmou que não se poderá fazer indefinidamente leilões em que todas as fontes, com exceção da hídrica que é mais barata, concorram entre si já que o planejamento pode exigir a contratação de mais térmicas, que são usadas como um seguro para os tempos de pouca chuva.
O consultor Marco Tavares, da Gas Energy, afirma que é injusto fazer essa disputa por igual já que as eólicas têm mostrado que a capacidade de produção pode não ser efetivamente àquela declarada no leilão. Além disso, Tavares faz críticas ao fato de que o Nordeste já tem problemas para transmissão e a maior parte das eólicas são vendidas nessa região. A consultoria de Tavares desenvolveu um grande projeto no Rio Grande do Sul, à base de GNL, que não teve ainda sua energia vendida. Mas Tolmasquim diz que ainda não é necessário fazer qualquer leilão regional pois ainda não foi identificada um problema de transmissão que exija essa decisão. "Não podemos fazer com que o país pague uma energia mais cara sem necessidade".
Os empreendedores eólicos argumentam que o próprio consumidor sairá prejudicado, já que o governo está misturando projetos que têm um custo de combustível que é repassado. Tolmasquim explica que boa parte da previsão do uso do combustível já estará na tarifa que irá a leilão. Mas de qualquer forma admite que em anos de pouca chuva é possível que as térmicas tenham que operar em regime extraordinário e com isso o custo pode ficar maior.
O leilão de curto prazo, conhecido como A-3 (A menos três, com alusão ao ano de entrega da energia), será realizado em agosto e será seguido de um leilão de reserva, exclusivo para energias renováveis. O preço teto para térmicas, eólicas e biomassa foi estabelecido em R$ 139 o MWh e para o de reserva a R$ 146 o MWh. Para as hidrelétricas, no caso de Jirau participar, será R$ 102. Ao todo mais de 27 mil MW em capacidade instalada foram inscritos. (Valor Econômico)