sexta-feira, 15 de junho de 2012

Pinga-Fogo Setor Elétrico: Belo Monte, BNDES, EDP, CEMIG e Abraceel

BNDES desembolsa R$ 4,2 bilhões para setor elétrico até abril 
O BNDES somou desembolsos de R$4,2 bilhões para o setor de energia elétrica entre janeiro e abril deste ano. A área foi a segunda que mais recebeu verbas dentro dos projetos de infraestrutura, tendo ficado atrás apenas de obras de transporte rodoviário, que receberam R$5,5 bilhões. Ao todo, a instituição estatal desembolsou R$34,2 bilhões no período, o que representa um crescimento de 1% na comparação com os mesmos meses de 2011. A área de infraestrutura foi a que recebeu mais, tendo correspondido a 39% das verbas liberadas, o que representa R$13,5 bilhões. Já as consultas por novos financiamentos representaram R$73,8 bilhões no primeiro quadrimentre, com crescimento de 37% frente a 2011. Segundo o banco, essas consultas "representam investimentos futuros e são uma espécie de termômetro do comportamento da atividade econômica". A alta, então, mostraria "a disposição de novos investimentos do setor empresarial brasileiro". 

Grupo português diz não ter tabu sobre setor de distribuição 
O presidente mundial do Grupo EDP, António Mexia, disse que a companhia não tem "tabus" em relação a eventual negociação para a saída do mercado brasileiro de distribuição. A EDP controla as distribuidoras Bandeirante e Escelsa. Sobre a opção de deixar a distribuição, Mexia disse à Folha: "Não gosto de especular sobre o que ocorre com os ativos [no Brasil]. Obviamente não temos tabus sobre nada, tudo depende do valor que se cria para os acionistas". A EDP vai reduzir o investimento no Brasil. Até 2015, vai aplicar R$ 2,8 bilhões no país. Nos últimos quatro anos foram R$ 3,7 bilhões. Sem a distribuição, o foco será o investimento em médias usinas, como Santo Antônio do Jari, projeto em construção no Amapá. (Folha) 

Cemig busca sócios nos EUA para explorar gás de xisto 
A Cemig está apostando no xisto para triplicar suas vendas de gás até 2016. A empresa procura sócios americanos com experiência na exploração do gás de xisto para ajudar no desenvolvimento de quatro blocos em MG, segundo o diretor financeiro, Luiz Fernando Rolla. A Cemig já concluiu dois poços exploratórios neste ano e pretende perfurar mais três. A companhia está investindo em fontes não convencionais de energia para elevar as vendas de sua unidade de gás para 3 milhões de metros cúbicos até 2016, contra estimativa de 1,1 milhão de metros cúbicos neste ano. O aumento na procura pelo xisto pode levar os EUA a se tornarem exportadores de gás natural até o início da próxima década. A Argentina busca investidores para ajudar a desenvolver reservas de 13 bilhões de barris. "O cenário para o xisto é positivo", disse Rolla em em Londres. "O gás natural é muito subdesenvolvido no Brasil e pode impulsionar o crescimento da empresa. (Brasil Econômico)

Abraceel apresenta estudo para leilão de energia velha
A Abraceel entregou recentemente à Anee) um estudo que sugere que a energia velha vinculada a usinas que estão com concessões a vencer seja colocada em um leilão que contemple os ambientes de contratação regulado (ACR) e livre (ACL). De acordo com a proposta, o certame seria realizado em dois rounds, sendo o primeiro para compra pelas distribuidoras. A geração não comercializada no ambiente regulado passaria então para a segunda rodada, sendo oferecida ao mercado livre. Segundo o assessor técnico da associação, Alexandre Lopes, a proposta prevê que a energia velha seria negociada a um preço médio de mercado, para uma justa competição. Da diferença entre o valor da energia vendida e o efetivo custo de geração – que envolve manutenção, expansão e amortização dos ativos – seria capturado um benefício a ser revertido para a modicidade tarifária. Isso poderia ser feito com o abatimento de custos associados do setor, como a tarifa de transmissão. Essa ideia, segundo a Abraceel, traria um impacto direto na conta de energia elétrica dos consumidores dos dois mercados, livre e regulado. De acordo com Lopes, a proposta foi bem recebida pela agência reguladora. Em sequência, a associação ainda apresentará o projeto para a EPE e ao MME, em reuniões já agendadas. (Jornal da Energia)

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