sexta-feira, 22 de julho de 2011

Brasil tem preço melhor em eólica

O Brasil está se tornando um concorrente cada vez mais forte no segmento de geração de energia eólica. O modelo de leilão se consolidou e tornou o preço da energia bastante competitivo. Tomando como base o último certame, realizado em dezembro de 2010, o valor do megawatt por hora produzido no Brasil (US$ 74,6) é mais barato que o de mercados como a Espanha (US$ 168), África do Sul (US$ 164), Canadá (US$ 121) e Índia (US$ 75,7), segundo dados da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês).

Estudos de medição dos ventos mais recentes também comprovam a competitividade brasileira no quesito fator de capacidade. Enquanto na Espanha os índices médios são da ordem de 20%, no país, esses números chegam a 40%.

De acordo com o presidente da Eólica Tecnologia, Everaldo Alencar Feitosa, esses fatores aliados à redução dos custos de produção com a chegada dos fabricantes de turbinas no país deve elevar expressivamente a posição do Brasil entre os produtores mundiais de energia eólica.

"O Brasil deve agregar 2 mil MW por ano até 2015 e com isso sair da 21ª posição entre os produtores mundiais para a 8ª posição neste mesmo ano", afirma Feitosa, PhD em energia. Ele acrescenta que com o mercado europeu estagnado o Brasil deve ultrapassar países como a França e o Reino Unido.

A perspectiva da Gestamp para o Brasil, que prevê a consolidação do país como seu principal mercado em energia eólica até o final de 2011, ilustra como hoje se configura o segmento de geração eólica.

Com mercados maduros que já caminham para estagnação surgem novas potências onde o Brasil aparece com destaque.

Para o CEO da Gestamp Renováveis, Dionisio Fernández Auray, os investimentos de empresas de geração de energia por fontes alternativas não é resultado apenas da crise financeira e, sim da competitividade dos projetos no Brasil. "Mesmo porque na Europa tem mercados que continuam em expansão como a Romênia e Polônia, além da Turquia", diz Auray.

Apesar da visão otimista, o executivo alerta para o fato de que o preço dos aerogeradores no Brasil está sendo depreciado. Ele afirma que o mercado americano está se recuperando e hoje está se tornando mais fácil financiar os empreendimentos.

Para ele, dentro de dois a três anos a Europa também deve retomar alguns projetos e o preço dos aerogeradores, que desde 2007 já recuou cerca de 20%, deve voltar a subir. "Com esse cenário, empresas que hoje estão avançando sobre o Brasil podem optar por vender para outros mercados que irão se reativar", avalia Auray.
O custo da turbina equivale a 30% do aerogerador. O valor médio de uma máquina de 1,5 MW é de R$ 5 milhões. (Brasil Econômico)


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