No dia seguinte ao pacote na área de energia, o pânico tomou conta dos investidores e tornou o pregão da Bovespa um dos piores já registrados pelas companhias do setor. As ações entraram em queda livre e alguns papéis, como as preferenciais da Cesp, chegaram a recuar quase 30%, encerrando o dia com perda de 27,5%. A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) viu seu valor de mercado diminuir 24,1% em apenas um dia e a Cemig, 19,7%. O movimento contagiou papéis de empresas de outras áreas de infraestrutura, com os investidores temendo a extensão das intervenções do governo. Houve quedas significativas das ações de companhias como CCR, Sabesp e ALL. Em um dia, o valor das elétricas caiu R$ 14,5 bilhões
As surpresas com as novas regras das concessões incentivaram o pessimismo. Cálculos preliminares do governo indicam que apenas dez usinas hidrelétricas de maior porte com concessões a vencer entre 2015 e 2017 não tiveram seus investimentos totalmente amortizados, o que pode limitar o pagamento de indenizações às concessionárias. E, do total a ser amortizado, 74% devem ser destinados à Chesf, subsidiária da Eletrobras.
A Cesp, ação mais castigada na bolsa, não terá praticamente nada a receber por sua maior usina, a de Ilha Solteira, que já teve 99,7% de seus investimentos amortizados, sorte quase idêntica à de Jupiá, que não tem mais nada a receber. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, reagiu com contrariedade, desqualificando os números. "Ilha Solteira vale uma Belo Monte", disse.
O governo também surpreendeu as empresas de transmissão ao informar que as possíveis indenizações vão se restringir a equipamentos adquiridos após 31 de maio de 2000. Isso significa que tudo o que foi investido antes dessa data será considerado como conta liquidada.
Em teleconferência, o diretor financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, disse que a empresa prepara uma "força-tarefa" para convencer Congresso, governo e Agência Nacional de Energia Elétrica a alterarem pontos da Medida Provisório nº 579, que es-tabeleceu novas regras para a renovação das concessões. Em três semanas, a estatal mineira perdeu R$ 11,1 bilhões em valor de mercado, de R$ 31,2 bilhões para R$ 20,2 bilhões. (Valor Econômico)
Leia também:
* Tesouro assumirá preço em dólar da energia de Itaipu
* Governo injetará recursos nas concessionárias de energia
* BNDES estuda ampliação do financiamento ao setor elétrico
* Regras previstas em MP surpreendem setor de transmissão
* Mercado livre teme recuo, mas Tolmasquim aposta em competição
* Para o governo, só dez grandes hidrelétricas devem ter indenização
* MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012
As surpresas com as novas regras das concessões incentivaram o pessimismo. Cálculos preliminares do governo indicam que apenas dez usinas hidrelétricas de maior porte com concessões a vencer entre 2015 e 2017 não tiveram seus investimentos totalmente amortizados, o que pode limitar o pagamento de indenizações às concessionárias. E, do total a ser amortizado, 74% devem ser destinados à Chesf, subsidiária da Eletrobras.
A Cesp, ação mais castigada na bolsa, não terá praticamente nada a receber por sua maior usina, a de Ilha Solteira, que já teve 99,7% de seus investimentos amortizados, sorte quase idêntica à de Jupiá, que não tem mais nada a receber. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, reagiu com contrariedade, desqualificando os números. "Ilha Solteira vale uma Belo Monte", disse.
O governo também surpreendeu as empresas de transmissão ao informar que as possíveis indenizações vão se restringir a equipamentos adquiridos após 31 de maio de 2000. Isso significa que tudo o que foi investido antes dessa data será considerado como conta liquidada.
Em teleconferência, o diretor financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, disse que a empresa prepara uma "força-tarefa" para convencer Congresso, governo e Agência Nacional de Energia Elétrica a alterarem pontos da Medida Provisório nº 579, que es-tabeleceu novas regras para a renovação das concessões. Em três semanas, a estatal mineira perdeu R$ 11,1 bilhões em valor de mercado, de R$ 31,2 bilhões para R$ 20,2 bilhões. (Valor Econômico)
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