Um dia após os papéis das principais companhias elétricas derreterem na Bovespa como reação do mercado ao pacote anunciado pela presidente Dilma Rousseff, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou ontem que não houve quebra de contratos e que os analistas exageraram ao impor perdas de R$ 15 bilhões em valor de mercado às ações. Segundo ele, o governo federal optou por um processo em que serão examinados "caso a caso" os investimentos que não foram amortizados e que terão de ser indenizados.
Essa conta, disse ele, será feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com "serenidade":
- A intenção do governo foi a de respeitar contratos, respeitar estritamente o sistema regulatório estabelecido. Muitas dessas concessões estavam em fase final de vencimento, e muitas delas já tinham sido amortizadas duas vezes - afirmou Coutinho, durante evento promovido pela Agência Estado, em São Paulo.
PAPÉIS ENSAIAM recuperação
Sobre a avaliação dos analistas, Coutinho afirmou que eles deveriam ter acompanhado o debate para "precificar" as ações antes do anúncio das medidas pelo governo, que reduziu as tarifas de energia:
- Mas acredito que isso (a volatilidade) é da natureza do mercado. Uma forte desvalorização causou um choque nos preços dos papéis, mas depois a poeira começou a decantar.
Ontem, as ações do setor ganharam cerca de R$ 3 bilhões em valor de mercado. Entre os papéis mais negociados, recuaram as ações ordinárias (ON, com voto) de Copel, Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) e Tractebel. Já os papéis ON da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e da Eletrobras subiram 6,77% e 4,36%, respectivamente, enquanto Cemig PN avançou 4,98%. A real perda de receitas e o ganho com indenizações ainda não são calculados, mas analistas avaliam que houve exagero na queda dos últimos dois dias e voltaram às compras, o que explica a recuperação. (O Globo)
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