O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim disse ontem que os estudos para inserir a energia solar nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverão ser entregues ao Ministério de Minas e Energia (MME) em fevereiro.
Tolmasquim disse que o documento está praticamente pronto e apresentará propostas para alavancar o desenvolvimento da fonte o na área de geração distribuída, com pequenos painéis em residências. Esta é uma das principais questões do estudo, pois apontará a adoção de incentivos para a energia solar nessas unidades consumidoras com a instalação de medidores inteligentes.
Instalar placas fotovoltaicas e colocar as casas para gerar energia na rede é a chamada microgeração. Essa modalidade está em estudo na Aneel e propõe uma troca entre cliente e distribuidora. A energia produzida pelas placas seria descontada da fatura final do consumidor, em igual proporção e sem remuneração em dinheiro.
Outra forma de inserir a energia solar no País é por meio das indústrias e também em usinas de maior porte - assim como a da MPX no interior do Ceará, que está com 1 MW de potência instalada e que possui autorização para expandir até 50 MW.
De acordo com o executivo, o estudo a ser entregue no MME aponta simulações de incentivos que poderiam ser concedidos à fonte para haver maior competitividade e possa participar de leilões de energia, assim como já foi feito com a energia eólica alguns anos atrás. Entre as formas de incentivar essa fonte renovável está até mesmo a realização de um leilão exclusivo para a contratação de usinas fotovoltaicas em pequeno volume para ver qual é o comportamento do mercado e "criar uma massa crítica do setor no País". Além disso, a EPE aponta para a possibilidade de criação de outros incentivos, como redução de impostos e financiamentos diferenciados. Tolmasquim reconheceu que a energia solar ainda é cara no Brasil e não há atratividade investimentos do ponto de vista energético.
Recorde - O setor elétrico brasileiro deverá ter um recorde na entrada em operação de nova capacidade de geração hídrica. De acordo com a EPE, a perspectiva é de que mais de 7,6 GW entrem no sistema interligado nacional, aumento de 85% comparado ao que entrou anualmente entre 2003 e 2011. Entre as usinas esperadas estão as duas do Complexo do Madeira (Jirau e Santo Antônio), que terão mais de 6 GW quando concluídas. (DCI)
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