O consumo de energia elétrica no Nordeste perdeu velocidade no decorrer deste ano, se comparado com 2010, quando cresceu 8,8% em relação a 2009. No entanto, isso não está impedindo a alocação de mais e novos investimentos públicos e privados em geração, principalmente de fontes renováveis, como hidráulica, eólica e solar, que não só ganham impulso como começam a se acelerar.
De janeiro a outubro, a energia consumida na região alcançou 59.428 GWh, apenas 0,9% a mais em relação a igual período do ano passado (58.889 GWh). Nos últimos 12 meses, o consumo foi de 71.719 GWh, ante 70.563 GWh do verificado no mesmo intervalo de 2010. Só 1,6% superior. Mas o Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (PDE 2020) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que o Nordeste deve consumir 76.466 GWh em 2015 e 96.814 GWh em 2020. Um aumento médio anual de 5%.
"A expansão não é fator determinante para investir em geração", avalia a economista Élbia Melo, que recentemente assumiu a presidência executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Isso porque, na opinião dela, o Sistema Interligado Nacional (SIN) faz com que não seja mais necessária a presença física de usinas naquela região, que concentra 13% do PIB brasileiro. "O fator dominante e determinante para alocar recursos no Nordeste é a força e a qualidade de seus ventos", diz.
A EPE estima que a participação do Nordeste na capacidade instalada do SIN deve saltar de 15.523 MW (14%), em 2010, para 29.285 MW (17%) em 2020. O Balanço Energético Nacional deste ano, com base em 2010, já mostra o Nordeste com capacidade instalada de geração de 17.587 MW, perdendo apenas para as regiões Sudeste e Sul.
Apenas a Chesf, que participa em meia dúzia de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), vai agregar 2.543 MW provenientes desses empreendimentos à matriz energética. Até dezembro, a Chesf informa que já alocou R$ 562 milhões na UHE Jirau por meio do consórcio ESBR. Outros R$ 219 milhões na UHE Belo Monte, através da Norte Energia, e mais R$ 62 milhões na UHE Dardanelos, através da EAPSA. Na Bahia, a Chesf está investindo em torno de R$ 200 milhões no parque eólico Casa Nova (180 MW), o maior do país. É justamente em parques eólicos que o Nordeste vem recebendo o maior volume de recursos. Dos 64 empreendimentos em operação no país, onde são gerados 1,324 GW, 43 estão naquela região, os quais produzem 833,8 MW. E, dos 36 novos parques eólicos em construção, com potência estimada de 971,7 MW, 17 estão sendo erguidos no Rio Grande do Norte e mais 12 na Bahia. São quase R$ 3,9 bilhões em investimentos.
Mas, além dos ventos, sobretudo na Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará, o forte sol que castiga a região também começa a ser visto como gerador de energia. "Está em nosso radar", diz Miguel Saad, presidente da CPFL Renováveis. De acordo com ele, a evolução tecnológica, o aumento de capacidade dos equipamentos e a queda dos preços já começam a tornar viáveis investimentos nesse setor.
No ano que vem, o BNDES começará a receber projetos voltados à energia solar. A Bioenergy tem dez projetos de 30 MW cada na Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. Estão em fase de licenciamento ambiental e de outorgas da Aneel, informa Sérgio Mattos, presidente e sócio fundador da companhia. "Os investimentos da empresa previstos entre 2013 e 2017 somam R$ 2,1 bilhões, considerando um valor médio de R$ 7 mil o MW, que ainda podem ainda cair nos próximos anos", diz Mattos. (Valor Econômico)
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De janeiro a outubro, a energia consumida na região alcançou 59.428 GWh, apenas 0,9% a mais em relação a igual período do ano passado (58.889 GWh). Nos últimos 12 meses, o consumo foi de 71.719 GWh, ante 70.563 GWh do verificado no mesmo intervalo de 2010. Só 1,6% superior. Mas o Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (PDE 2020) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que o Nordeste deve consumir 76.466 GWh em 2015 e 96.814 GWh em 2020. Um aumento médio anual de 5%.
"A expansão não é fator determinante para investir em geração", avalia a economista Élbia Melo, que recentemente assumiu a presidência executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Isso porque, na opinião dela, o Sistema Interligado Nacional (SIN) faz com que não seja mais necessária a presença física de usinas naquela região, que concentra 13% do PIB brasileiro. "O fator dominante e determinante para alocar recursos no Nordeste é a força e a qualidade de seus ventos", diz.
A EPE estima que a participação do Nordeste na capacidade instalada do SIN deve saltar de 15.523 MW (14%), em 2010, para 29.285 MW (17%) em 2020. O Balanço Energético Nacional deste ano, com base em 2010, já mostra o Nordeste com capacidade instalada de geração de 17.587 MW, perdendo apenas para as regiões Sudeste e Sul.
Apenas a Chesf, que participa em meia dúzia de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), vai agregar 2.543 MW provenientes desses empreendimentos à matriz energética. Até dezembro, a Chesf informa que já alocou R$ 562 milhões na UHE Jirau por meio do consórcio ESBR. Outros R$ 219 milhões na UHE Belo Monte, através da Norte Energia, e mais R$ 62 milhões na UHE Dardanelos, através da EAPSA. Na Bahia, a Chesf está investindo em torno de R$ 200 milhões no parque eólico Casa Nova (180 MW), o maior do país. É justamente em parques eólicos que o Nordeste vem recebendo o maior volume de recursos. Dos 64 empreendimentos em operação no país, onde são gerados 1,324 GW, 43 estão naquela região, os quais produzem 833,8 MW. E, dos 36 novos parques eólicos em construção, com potência estimada de 971,7 MW, 17 estão sendo erguidos no Rio Grande do Norte e mais 12 na Bahia. São quase R$ 3,9 bilhões em investimentos.
Mas, além dos ventos, sobretudo na Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará, o forte sol que castiga a região também começa a ser visto como gerador de energia. "Está em nosso radar", diz Miguel Saad, presidente da CPFL Renováveis. De acordo com ele, a evolução tecnológica, o aumento de capacidade dos equipamentos e a queda dos preços já começam a tornar viáveis investimentos nesse setor.
No ano que vem, o BNDES começará a receber projetos voltados à energia solar. A Bioenergy tem dez projetos de 30 MW cada na Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. Estão em fase de licenciamento ambiental e de outorgas da Aneel, informa Sérgio Mattos, presidente e sócio fundador da companhia. "Os investimentos da empresa previstos entre 2013 e 2017 somam R$ 2,1 bilhões, considerando um valor médio de R$ 7 mil o MW, que ainda podem ainda cair nos próximos anos", diz Mattos. (Valor Econômico)
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