Há muito tempo não se via tantos representantes orientais em um leilão de transmissão de energia no Brasil. O motivo é simples, havia duas empresas chinesas participando da disputa por meio de consórcios, a Qware e a gigante State Grid, que levou uma subestação em parceria com Furnas Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras. A tendência é de que a gigante, que entrou no Brasil por meio da aquisição de sete transmissoras da Plena por R$ 3,1 bilhões em maio do ano passado, tenha utilizado o leilão de sexta-feira como um teste para conhecer a sistemática dos certames no Brasil, já que em 2012 estão previstos os leilões para as linhas de transmissão das mais importantes obras que ainda precisam dessa licitação, as usinas do Teles Pires e de Belo Monte.
Após a efetivação do resultado do leilão, era visível a satisfação de uma pessoa de Furnas ao telefone que ao interlocutor afirmava que os chineses ficaram satisfeitos com o resultado alcançado. Essa pessoa se referia ao lote que o Consórcio Luiziânia-Niquelândia - State Grid (51%) e Furnas (49%) - arrematou na disputa, o lote H formado pelas subestações Luiziânia e outra em Niquelândia, estado de Goiás e com a receita anual ofertada de R$ 7,447 milhões, um deságio de 5,2% sobre o máximo permitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A possibilidade de que os chineses participaram de seu primeiro leilão no Brasil como um teste pode ser avalizado com a afirmação da diretora de Planejamento, Gestão de Negócios e Participações da estatal, Olga Simbalista. Ele afirmou em coletiva que as duas empresas podem realizar novas parcerias para próximos leilões. "Estamos felizes com a parceria que fizemos com esta que é a maior empresa de energia elétrica do mundo. É claro que eles não vieram para o Brasil para fazer um reforço em uma subestação. Eles são detentores de tecnologia de alta e extra alta tensão, em corrente continua, alternada, e eles vieram aqui com vistas a grandes empreendimentos", disse a executiva.
"Eu, pessoalmente, acredito que isso possa ser um primeiro passo de uma grande jornada", sinalizou Simbalista.
De acordo com o Plano de Decenal de Energia (PDE) 2020, a interligação de Belo Monte que estava previsto para ter 751 quilômetros de extensão deverá ser reduzido em função da proximidade com a subestação Xingu, distante apenas 17 km da maior usina 100% brasileira. Apesar dessa redução, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica no PDE que será necessária a ampliação da capacidade das interligações Norte-Sudeste/Centro-Oeste e Norte-Nordeste.
No caso do Teles Pires, a EPE prevê a interligação de cinco usinas que serão conectadas ao sistema elétrico nacional, cujo potencial hidroelétrico adotado para a década é de cerca de 3,450 mil MW de potência instalada. Segundo a empresa, os sistemas de transmissão dessas usinas deverá somar 1,5 mil km de extensão e investimentos de cerca de R$ 4 bilhões. Os projetos englobam a conexão de Teles Pires (1.820 MW), São Manoel (700 MW), Sinop (400 MW), Colíder (300 MW) e Foz do Apiacás (230 MW). Há ainda as interligações regionais que serão reforçadas durante a década.
A possibilidade de que duas subsidiárias da Eletrobras disputem o mesmo lote é grande. Ontem o diretor de engenharia da Chesf, José Aílton de Lima, afirmou que a empresa, que faz parte da Norte Energia, sociedade que tem a concessão para a construção e operação da usina de Belo Monte (11,233 mil MW no rio Xingu) também deverá participar do leilão de transmissão da usina.
Nova fronteira - Já no leilão de transmissão realizado ontem a paranaense Copel foi a grande vencedora ao arrematar quatro dos nove lotes colocados na disputa. Entre eles a empresa levou em parceria com a Eletrosul o maior deles que se refere à uma linha de transmissão na Região Sul com 798 km de extensão e outro com a Elecnor de 365 km. Aliás este segundo lote marca a entrada da empresa na Região Nordeste, pois será construída no Estado do Maranhão. O desconto médio registrado no certame de sexta alcançou 24,89% e houve um lote que não registrou interesse no Amazonas. (DCI)
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Após a efetivação do resultado do leilão, era visível a satisfação de uma pessoa de Furnas ao telefone que ao interlocutor afirmava que os chineses ficaram satisfeitos com o resultado alcançado. Essa pessoa se referia ao lote que o Consórcio Luiziânia-Niquelândia - State Grid (51%) e Furnas (49%) - arrematou na disputa, o lote H formado pelas subestações Luiziânia e outra em Niquelândia, estado de Goiás e com a receita anual ofertada de R$ 7,447 milhões, um deságio de 5,2% sobre o máximo permitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A possibilidade de que os chineses participaram de seu primeiro leilão no Brasil como um teste pode ser avalizado com a afirmação da diretora de Planejamento, Gestão de Negócios e Participações da estatal, Olga Simbalista. Ele afirmou em coletiva que as duas empresas podem realizar novas parcerias para próximos leilões. "Estamos felizes com a parceria que fizemos com esta que é a maior empresa de energia elétrica do mundo. É claro que eles não vieram para o Brasil para fazer um reforço em uma subestação. Eles são detentores de tecnologia de alta e extra alta tensão, em corrente continua, alternada, e eles vieram aqui com vistas a grandes empreendimentos", disse a executiva.
"Eu, pessoalmente, acredito que isso possa ser um primeiro passo de uma grande jornada", sinalizou Simbalista.
De acordo com o Plano de Decenal de Energia (PDE) 2020, a interligação de Belo Monte que estava previsto para ter 751 quilômetros de extensão deverá ser reduzido em função da proximidade com a subestação Xingu, distante apenas 17 km da maior usina 100% brasileira. Apesar dessa redução, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica no PDE que será necessária a ampliação da capacidade das interligações Norte-Sudeste/Centro-Oeste e Norte-Nordeste.
No caso do Teles Pires, a EPE prevê a interligação de cinco usinas que serão conectadas ao sistema elétrico nacional, cujo potencial hidroelétrico adotado para a década é de cerca de 3,450 mil MW de potência instalada. Segundo a empresa, os sistemas de transmissão dessas usinas deverá somar 1,5 mil km de extensão e investimentos de cerca de R$ 4 bilhões. Os projetos englobam a conexão de Teles Pires (1.820 MW), São Manoel (700 MW), Sinop (400 MW), Colíder (300 MW) e Foz do Apiacás (230 MW). Há ainda as interligações regionais que serão reforçadas durante a década.
A possibilidade de que duas subsidiárias da Eletrobras disputem o mesmo lote é grande. Ontem o diretor de engenharia da Chesf, José Aílton de Lima, afirmou que a empresa, que faz parte da Norte Energia, sociedade que tem a concessão para a construção e operação da usina de Belo Monte (11,233 mil MW no rio Xingu) também deverá participar do leilão de transmissão da usina.
Nova fronteira - Já no leilão de transmissão realizado ontem a paranaense Copel foi a grande vencedora ao arrematar quatro dos nove lotes colocados na disputa. Entre eles a empresa levou em parceria com a Eletrosul o maior deles que se refere à uma linha de transmissão na Região Sul com 798 km de extensão e outro com a Elecnor de 365 km. Aliás este segundo lote marca a entrada da empresa na Região Nordeste, pois será construída no Estado do Maranhão. O desconto médio registrado no certame de sexta alcançou 24,89% e houve um lote que não registrou interesse no Amazonas. (DCI)
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