terça-feira, 26 de outubro de 2010

Energia das ondas do mar: avança projeto de usina-piloto

O “engordamento” de uma área na parte leste do quebra-mar receberá as estacas nas quais serão montadas as pás da usina. O investimento no equipamento é de cerca de R$ 12 milhões – sendo R$ 1 milhão de contrapartida do Governo do Estado – em parceria com a Universidade Federal do Ceará – a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Seinfra, Cearaportos e a multinacional Tractebel, que definiram o novo local da usina e o cronograma dos trabalhos. O equipamento acoplará ainda um protótipo de uma usina de dessalinização de água do mar.

A previsão da Coordenadoria de Energia e Comunicações da Seinfra é de que o protótipo funcione por três anos para avaliação da tecnologia que aproveitar a regularidade dos ventos e frequência das ondas do mar no litoral cearense para a produção de energia elétrica. A produção de 100 kW é o equivalente ao consumo de 60 casas do padrão médio de consumo de energia elétrica no estado e mesmo em fase de pesquisa gerará energia suficiente para ser aproveitada.

“O projeto é mais um avanço do Ceará na área da energia renovável que, a exemplo, da eólica, torna o estado pioneiro na produção deste tipo de energia, além de caminhar para a autossuficiência cearense na produção de energia”, reforçou.

A implantação dos protótipos prevê a aplicação de recursos no valor de R$ 1 milhão por parte do estado e R$ 11 milhões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), oriundos do item Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias da Tractebel, a serem investidos na fabricação, instalação e monitoramento das duas células da Usina de Ondas e de mais um braço para o dessalinizador. O projeto busca dinamizar a matriz energética cearense, dando sequência às pesquisas da Coppe/UFRJ e UFC com apoio do governo do estado.

Uma das vantagens da usina de ondas é o seu baixo impacto ambiental, se comparado às demais formas de produção de energia já existentes, pois se trata de uma fonte limpa de energia e não necessita represar a água. A usina de ondas funciona com a ajuda de flutuadores que ficam submersos no mar presos à usina por meio de dois braços metálicos.

Com o movimento das ondas, esses blocos também se movem e produzem força para bombear a água do mar para reservatórios dentro da usina. A água terá sua pressão aumentada em uma câmara hiperbárica, fazendo com que o jato d’água saia do compartimento com uma força equivalente à de uma queda d’água de 500 metros de altura. Esse jato move uma turbina, que gera finalmente a energia, repassada depois, para o sistema de distribuição. (Portal do Governo do Ceará)
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