sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cemig dá um passo à frente pela elétrica EDP

Companhia brasileira aguarda que governo de Minas pague dívida de R$ 5,6 bilhões,o que deve contribuir para a compra.

Os candidatos à privatização da EDP intensificaram os contatos com o governo português, acionionistas e membros da gestão da elétrica portuguesa. As empresas procuram aprofundar os conhecimentos sobre a EDP, assim como captar o apoio dos vários atores envolvidos. Estes contatos deverão manter-se até o dia 9 de dezembro, data em que entregarão propostas .

A única empresa que admitiu participar desta movimentação foi a Cemig, apontada pelos analistas financeiros como um dos mais fracos entre os quatro concorrentes à EDP. Da lista fazem ainda parte os alemães da E.ON e os chineses da Three Gorges Corporation, bem como a Eletrobras, que várias fontes admitem poder vir a aliar-se à Cemig. O diretor de Finanças e Relações com os Investidores da Cemig, Fernando Rola, confirmou que está em processo de conversação com os gestores da empresa e com o governo português. A Cemig não revela quais os valores em negociação.

No entan to,segundo Fernando Rola, o que ajudará a empresa a adquirir os ativos da EDP, caso seja a vencedora, é a decisão do governo de Minas Gerais de saldar a dívida que tem com a empresa estatal desde o fim dos anos 1990. O governador do Estado mineiro está analisando um pedido de empréstimo destinado a pagar a dívida de R$ 5,6 bilhões (¤ 2,2 bilhões). "Para a Cemig, facilita o financiamento da compra da EDP, não tenho dúvida", realça o mesmo responsável. "Agora, a questão é que não há sincronia entre os dois eventos", acrescenta. Segundo Fernando Rola, a companhia está mais interessada nos ativos de distribuição de eletricidade da EDP e o 'know how' na energia eólica, que poderia ser mais explorado. "É uma oportunidade de investimento que se encaixa na nossa visão estratégica, não um investimento para se realizar no curto prazo", afirma.

Rapidez no processo - Com um preço base de ¤ 2,2 bilhões (R$ 5,6 bilhões) para a venda de 21,5% da EDP, a compra promete ser disputada. Até porque o tempo é escasso, já que o governo português quer fechar o negócio até ao final do ano, embora admita que a conclusão se estenda para o início de 2012. Além das condições impostas no caderno de encargos, o governo português tem demonstrado aos candidatos que vê com bons olhos outro tipo de sinergia que permita alavancar a economia nacional. A contribuição para o reforço da estabilidade acionária da EDP será o preço e a quantidade de ações a serem adquiridas pelos candidatos à privatização, um dos 11 critérios de seleção dos candidatos.

A apresentação de um projeto industrial adequado para a sociedade, visando o reforço da coesão estratégica e competitividade do respectivo grupo e à criação de valor, por meio do desenvolvimento e crescimento nos mercados nacional e internacional, são outros pontos de destaque. (Brasil Econômico)

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