quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Medidor eletrônico para uso racional de energia deveria ser opcional

SÃO PAULO - A instalação do medidor eletrônico para fazer uso racional de energia deveria ser opcional, avalia a Proteste - Associação de Consumidores. A associação entende que cobrar mais barato pela energia fora do horário de pico não adianta para os consumidores que não têm flexibilidade de horário.  Os consumidores deverão alterar seus hábitos de consumo para que o novo sistema de cobrança de energia não pese no bolso, avalia a Proteste.

Tarifa cinco vezes maior - No horário de pico de consumo de energia, a tarifa será cinco vezes maior do que no horário em que a demanda por eletricidade é menor. Já no horário intermediário, o preço da energia será três vezes maior que no período de baixo consumo.

A
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), porém, alega que a conta de luz não ficará mais cara para os consumidores que não têm flexibilidade de uso da energia elétrica.

A nova estrutura tarifária do setor de distribuição aprovada pela Aneel prevê que o horário de pico tenha três horas de duração. A faixa intermediária durará duas horas - uma antes e outra após o horário de pico. Os horários de maior e menor demanda serão fixados pelas distribuidoras, mas terão de ser submetidos à
audiência pública e aprovados pela agência.

A nova modalidade tarifária terá caráter opcional, exceto para a cobrança de iluminação pública e para o mercado de baixa renda, com vigência a partir de janeiro de 2014.

Em 2013, serão feitas as simulações dos valores das tarifas e os resultados serão divulgados pela Aneel, para que o consumidor saiba se será vantajoso ou não para ele aderir ao novo sistema.

A alteração da forma de cobrança também dependerá da implantação dos
medidores eletrônicos de energia, os chamados "medidores inteligentes", que ainda estão em fase de desenvolvimento no País.

Bandeiras tarifárias - A agência vai criar ainda as “bandeiras tarifárias”, que funcionarão como um alerta para a
sociedade sobre os custos de geração de energia ao longo do tempo. As bandeiras vão entrar em vigência a partir de janeiro de 2014.

As cores verde, amarela e vermelha vão funcionarão como um semáforo de trânsito e se refletirão em diferença de tarifa para o consumidor. A Bandeira Verde significa custos baixos para gerar a energia. A Bandeira Amarela indicará um sinal de atenção, pois os custos de geração estão aumentando.

Por sua vez, a Bandeira Vermelha indicará que a situação anterior está se agravando e a oferta de energia para atender à demanda dos consumidores ocorre com maiores custos de geração.

Tarifa branca - Haverá também a tarifa branca, que será uma alternativa à convencional hoje em vigor e oferecerá três diferentes patamares para a tarifa de energia, de acordo com os horários de consumo.

De segunda a sexta-feira, uma tarifa mais barata será empregada na maioria das horas do dia, outra mais cara irá valer no horário em que o consumo de energia atinge o pico máximo, no início da noite, e a terceira, intermediária, entre esses dois horários. Nos finais de semana e feriados, a tarifa mais barata será empregada para todas as horas do dia.

A proposta da tarifa branca é estimular o consumo em horários em que a tarifa é mais barata, diminuindo o valor da fatura no fim do mês e a necessidade de expansão da rede da distribuidora para atendimento do horário de pico. A tarifa branca será opcional e, caso o consumidor não pretenda modificar seus hábitos de consumo, a tarifa convencional continuará disponível.

A tarifa branca somente começará a valer quando as distribuidoras substituírem os medidores eletromecânicos de energia pelos eletrônicos, assunto que está em estudo na Aneel e foi abordado na audiência aública 43/2010. A modalidade tarifária branca não valerá para a iluminação. (Infomoney)


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