Um medidor eletrônico mostra em tempo real o consumo da casa, a tarifa que está sendo cobrada pela operadora naquele horário e, até, o volume de energia vendido para o sistema ao longo do mês. Parece um exercício de futurologia, mas não é. O grupo de trabalho criado no Ministério das Minas e Energia para estudar a implantação do "Smart grid" no Brasil já entregou o relatório final. E, ainda este ano, a Aneel deve definir os padrões dos medidores eletrônicos.
Para Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas, esse é um jogo de ganha-ganha onde todos sairão beneficiados e, portanto, não há razão para não ser implementado o mais breve possível no Brasil. O sistema, que terá um aporte grande de informática e telecomunicações, ficará mais confiável. As quedas de rede vão ser identificadas com antecedência e minimizadas.
As perdas, inclusive com os famosos gatos, tendem a diminuir muito. Já o consumidor terá um sistema mais transparente e poderá gerenciar as suas despesas. Hoje, a tarifa é a mesma ao longo de todo o dia. Com o novo modelo, ela deve ser diferenciada por horário, como acontece com os telefones. Casas ou condomínios que usam pequenas fontes de energia solar ou eólica vão poder vender o que não usarem para o sistema, num modelo similar ao de uma conta corrente.
No Brasil existem mais de 60 milhões de medidores eletromecânicos que deverão ser substituídos ao longo de 10 anos. Num total de investimentos da ordem de R$ 20 bilhões. Pouco menos que uma usina de Belo Monte. Aliás, se tudo der certo, os recursos gastos hoje com grandes obras de geração e de transmissão de energia, devem diminuir. Parece tão bom que custa a crer que será implementado em pouco tempo. Para ficar realmente perfeito, só falta garantir que o consumidor não vai pagar a conta. (O Globo)
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