quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: EDP, CCEE e Teles Pires

Privatização da EDP é uma das prioridades de Portugal
A privatização da Energias de Portugal (EDP), é uma das prioridades do governo de Lisboa, afirmou ontem o ministro das Finanças português, Vitor Gaspar.De acordo com ele, as operações de privatização que vão avançar com prioridade são as da EDP, REN e da Galp, sendo que no caso da Galp a participação é indireta. Ele afirmou ainda que as operações de que o governo quer se desfazer estão prestes a começar e consequentemente é normal que a informação seja comunicada aos potenciais interessados e ao mercado. A Eletrobras é uma das empresas interessadas na compra da participação do governo português na EDP. A estatal brasileira, que estava de olho em 5% do capital da portuguesa, agora afirma ter interesse nos 15% adicionais; a empresa aguarda o edital para definir como participará da operação.

CCEE divulga edital do leilão de ajuste
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou nesta quarta-feira (31/8) o edital do leilão de ajuste, que acontece em 30 de setembro. A sistemática do certame prevê um preço inicial de R$12,08 por MWh, o equivalente ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) mínimo, e lances ascendentes, com o preço subindo a cada rodada. O leilão, que serve para que as distribuidoras comprem energia para atender a demanda de suas áreas de concessão, custará R$100 mil. O orçamento da realização do evento será rateada entre os compradores e vendedores que participarem. O certame ajuda as empresas a cumprir a legislação, uma vez que, pelo modelo regulatório, as distribuidoras não podem ficar descontratadas. O pregão negociará dois produtos: com fornecimento entre 1° de outubro e 31 de dezembro de 2011; e entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2012. Os interessados em participar como vendedores deverão entregar os documentos de pré-qualificação até 13 de setembro, enquanto os compradores terão até o dia 14. Clique aqui para acessar a íntegra do edital.

Teles Pires será referência de tarifa
O governo brasileiro espera reduzir em um terço as tarifas de energia das geradoras se optar pela renovação das concessões do setor elétrico que expiram a partir de 2015. O preço da energia da hidrelétrica de Teles Pires (MT) em leilão no ano passado, de R$ 58,35 por megawattshora (MWh), seria referência para as tarifas de geração no caso de renovação dos contratos, conforme antecipou ontem o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner. Isso se compara ao valor na faixa de R$ 90 por MWh em usinas mais antigas, segundo o executivo. Para Hubner, se a usina de Teles Pires - que ainda será construída - pode vender a energia por cerca de R$ 58, as centrais cujas concessões vencerão, muitas já amortizadas, não poderiam cobrar mais caro. "Compramos em Teles Pires ao preço de R$ 58 o MWh. E ainda tem de pagar todo o investimento, que é o que mais pesa no preço da energia de uma usina", comentou. Questionado se Teles Pires seria o teto de valor da energia na renovação das concessões, Hubner disse que o preço da usina "é referencial".
O governo tem dito que vai aproveitar o processo de vencimento das concessões do setor elétrico para baixar as tarifas, uma vez que esses ativos, de mais de 30 anos, já tiveram os investimentos amortizados. A partir de 2015 começam a vencer concessões nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Segundo Hubner, a tendência mais forte é de fazer renovação "condicionada", como defende a presidente Dilma Rousseff. Nesse modelo, os atuais concessionários poderiam manter os ativos desde que aceitem condições determinadas pelo governo, sobretudo a redução dos preços. "Acho que caminhamos para ter uma renovação condicionada, que é o mais simples", disse Hubner. As 68 usinas somam potência de 21,4 mil MW, cerca de 20% da atual capacidade instalada de geração no País.

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