terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: Eletrobras, Light e MME

Eletrobras quer investir R$12 bi por ano até 2015
A Eletrobras planeja dobrar o ritmo de investimentos até 2015, para cerca de 12 bilhões de reais por ano, em um esforço para acompanhar o ritmo de expansão da economia brasileira. O presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto, disse que a empresa investirá um total de 12,6 bilhões de reais em 2012, enquanto projeta dispêndio de 10 bilhões de reais neste ano. Em 2010, a companhia investiu cerca de 5,3 bilhões de reais. Segundo Carvalho, dos 12,6 bilhões de reais previstos para 2012, 6,4 bilhões irão para o setor de geração, 4,3 bilhões de reais para o setor de transmissão e 1,9 bilhão no segmento de distribuição. "Estamos para divulgar o plano de investimento, estamos só esperando a questão das concessões para ter um valor mais exato", disse o executivo, em referência a concessões do setor elétrico que vencem a partir de 2015 e que precisam ser renovadas ou licitadas novamente. O governo ainda não tomou uma decisão, embora empresas do setor e agentes do mercado acreditem que haverá renovação. Entre os projetos previstos para 2015, estão a entrada em operação da usina de Belo Monte, no Pará, terceira maior hidrelétrica do mundo. Da Costa acrescentou, porém, que os números ainda podem passar por ajustes. Segundo ele, o Brasil está passando por um desenvolvimento do setor terciário (serviços) e com isso ele avalia que para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1 por cento ao ano, há necessidade de se ampliar a oferta de energia em 1,2 por cento.

Light mantém estimativa de investimentos para 2011
A Light manteve sua previsão de investir cerca de 1 bilhão de reais em 2011, apesar de ter investido apenas 337,1 milhões no primeiro semestre, ou 33,7 por cento do total estimado. Como uma das justificativas para o ritmo dos investimentos em 2011, o presidente da companhia, Jerson Kelman, informou que as obras da usina hidrelétrica Itaocara, de 195 megawatts (MW), estão atrasadas. Em Itaocara nós estamos atrasados (..) porque ainda estamos procurando quem vai fazer a obra. O problema é na linha de contratação do EPCista (construtor de obras de grande porte)", disse Kelman. Do total investido no primeiro semestre deste ano, 164 milhões de reais foram destinados ao desenvolvimento do sistema de distribuição. Já 72,2 milhões de reais foram aplicados no combate às perdas e outros 55,8 milhões de reais foram destinados à melhoria da qualidade do fornecimento de energia. Na área de geração, os novos projetos receberam investimentos de 27,2 milhões de reais, enquanto que a manutenção dos ativos na geração somou investimentos de 5,2 milhões de reais. Outros investimentos da companhia somaram 12,8 milhões de reais.
AQUISIÇÃO DA RENOVA
A aquisição da Renova Energia pela Light não afetará o atual caixa da companhia. O investimento de aquisição de 26,1 por cento do capital total da Renova, anunciado no início de julho, foi de 360 milhões de reais. "A parte da Renova virá de uma captação específica (...) O pagamento da Renova não afeta em nada o nosso caixa daqui pra frente", disse Kelman.

MME não vê competição desleal da Petrobras no leilão A-3
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou que recebeu o ofício em que a Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef) cobra do governo medidas contra o que considera uma concorrência desleal por parte da Petrobras no leilão de energia A-3, marcado para 17 de agosto. Lobão deixou claro que o documento "será examinado", mas adiantou que, a princípio, não vê "nenhuma deslealdade na competição". Ainda de acordo com o ministro, "a última coisa" que o governo quer é ter esse cenário no certame e, por isso, os argumentos da entidade serão bem analisados. A polêmica gira em torno da cláusula de inflexibilidade nos contratos que a estatal fechou para fornecer gás às usinas que participarão da licitação. Enquanto todas as plantas possuem um acordo no modelo "take or pay" e, assim, precisam pagar um mínimo à Petrobras mesmo que não sejam chamadas a gerar, a UTE Baixada Fluminense, da própria empresa, tem inflexibilidade zero - ou seja, sem qualquer obrigação de pagamento mínimo. Questionado sobre a rixa, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, defendeu a postura da companhia. "É uma questão de autoprodutor e produtor independente. Não faz sentido você cobrar (a inflexibilidade) de você mesmo. É diferente quando você vende para terceiros". O executivo também foi enfático ao dizer que "não há possibilidade" de a estatal abandonar a disputa do certame devido aos desentendimento com os geradores. A Petrobras participará da concorrência com uma usina de 530MW no Rio de Janeiro. A planta está entre as que foram aprovadas na habilitação técnica para o certame, divulgada pela EPE.


Leia também:
* Término das concessões e amortização de investimentos
* Distribuidoras ameaçam reduzir investimento
* Usinas eólicas são destaque do leilão de energia para 2014
* Distribuidoras divergem sobre as concessões de energia que estão para vencer