Aneel adia decisão sobre venda de térmicas do Grupo Bertin
A Aneel decidiu retirar de pauta a votação para aprovar ou não a compra, pela MPX, de duas termelétricas do Grupo Bertin. O assunto, que seria discutido na reunião de diretoria desta terça-feira (1/8), tem como relator o diretor André Pepitone. As usinas MC2 João Neiva (300MW) e MC2 Joinville (330MW) foram licitadas em um certame A-5 em 2008 e precisam estar em funcionamento em 2013. Envolvido com o atraso de outros empreendimentos e surpreendida com o anúncio, pela Petrobras, do cancelamento do contrato de fornecimento de gás para as plantas, a Bertin assinou um termo de compromisso para vender os projetos para a MPX. A compradora, porém, também quer aval da Aneel para transferir a localidade e mudar o combustível das térmicas, que passaria de óleo para gás natural.
Aneel aprova reajustes de diversas distribuidoras
A Aneel aprovou o reajuste tarifário de quatro concessionárias de distribuição de energia. A tarifa da Celesc Distribuição será reajustada a partir de domingo, sendo 1,52% para classe de baixa tensão e 0,8% para alta tensão. A companhia atende 260 municípios de Santa Catarina e Rio Negro, no Paraná. As novas tarifas da Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa) e Iguaçu Distribuidora de Energia Elétrica (Ienergia) também entrarão em vigor no domingo. Para a Escelsa foram estabelecidos os índices 2,99%, para baixa tensão, e 2,93%, para alta tensão. Os consumidores da Ienergia serão os únicos a contar redução de tarifa. Os consumidores de baixa tensão contarão com índice negativo de reajuste (-0,22%), enquanto a classe de alta tensão terá uma elevação de 0,07%. A companhia tem sede na cidade de Xanxerê, em Santa Catarina. A partir do dia 14 de agosto, os consumidores da Cooperativa Aliança (Cooperaliança) terão reajuste com efeito médio 3,20%, sendo 4,5% para baixa tensão e 1,45% para alta tensão. A cooperativa, que também tem sede em Santa Catarina, fornece energia para 33 mil unidades consumidoras.
Seção em off da Revista Brasil Energia que mostra os últimos acontecimentos do mercado energético, sob outra ótica.
Nova freguesia - O estaleiro Atlântico Sul não deve ser a única morada do estaleiro Samsung no Brasil. Circula no mercado a informação de que o gigante coreano procura parceiros para expandir sua presença em outras freguesias do país.
Minha culpa, sua culpa - Falando em Atlântico Sul, não convidem para a mesma obra a Transpetro e a Engenharia da Petrobras. A primeira reclama que as obras dos petroleiros que estão sendo construídos no estaleiro atrasam por causa das obras da P-55. A segunda, responsável pela plataforma, diz o mesmo das obras dos petroleiros. E olha que ainda nem começaram as obras das sete sondas que o estaleiro arrematou e que estão sob responsabilidade da Sete Brasil.
Menos Shell 1 - A Petrobras poderá assumir os 40% da Shell no BM-S-45, bloco localizado dentro do polígono do pré-sal de Santos, ao lado de Pirapitanga, campo de gás da estatal. As duas petroleiras conversam há cerca de dois meses e devem finalizar as negociações em breve.
Menos Shell 2 - Se o negócio for fechado, a Shell ficará numa situação mais confortável em seu projeto de vender alguns ativos no Brasil, em curso desde setembro do ano passado. Com a recente venda dos seus 20% no BM-S-8 para Barra Energia e Queiroz Galvão Óleo & Gás e a devolução do BM-ES-28, restariam apenas os campos de óleo pesado de Atlanta e Oliva, em Santos. Estes, porém, ainda não atraíram interessados.
Quip sem UTC - Dizem no mercado que a Camargo Corrêa está comprando a parte da UTC no consórcio Quip, que ainda tem como sócios Queiroz Galvão e Iesa.
Conteúdo lucrativo - A ABS comemora seu desempenho na certificação de conteúdo nacional para a indústria do petróleo. Dos 3.500 certificados emitidos para fornecedores atestarem a origem brasileira de bens e serviços desde o início da exigência da comprovação, em 2008, 1.700 foram expedidos pela certificadora americana. E a empresa renova esperanças para 2012, quando espera um incremento na área de projetos para o desenvolvimento da produção.
Perfuração a diesel - A construção de sondas no país vai impulsionar o mercado de turbinas a óleo diesel. Ao contrário das plataformas de produção, que usam turbinas a gás em função da disponibilidade contínua do combustível, as sondas usam combustível líquido, pelo caráter móvel de sua operação. Em geral, turbinas de pistão que geram de 10 MW a 20 MW.
GLP criogênico - Distribuidoras de GLP de hoje poderão ser as distribuidoras de GNL de amanhã. Com as projeções cada vez mais generosas sobre o potencial de produção de gás natural no pré-sal, as empresas do segmento estudam como usar o conhecimento logístico acumulado na distribuição do gás engarrafado na futura comercialização do gás criogenizado.
Alta rotação - A Siemens está trazendo para o país uma máquina que faz o balanceamento de turbinas a vapor com rotações até 20 mil rpm. A ferramenta, a maior da América Latina, vai viabilizar a fabricação de turbinas de até 80 MW, dobrando a potência dos modelos produzidos no país. Antes disso, a manutenção dessas turbinas era feita no exterior.
Mal-estar 1 - Menos de três meses após o consórcio Conapar – formado por cooperativas paranaenses e a chinesa Sichuan – acusar a Petrobras de discriminar o preço do gás para inviabilizar a construção de uma fábrica de ureia do consórcio no Paraná, uma notícia gerou mal-estar: a Compagas assinou, em julho, um contrato para fornecer 540 mil m3/d à fábrica da Vale Fertilizantes em Araucária.
Mal-estar 2 - A intenção inicial da Vale é usar o gás natural como combustível nas caldeiras, em substituição ao óleo. No entanto, o uso do energético como matéria-prima está previsto para ocorrer a partir de 2016, quando vence o contrato de fornecimento de resíduos asfálticos com a Petrobras. A petroleira já teria sinalizado a intenção de destinar a produção dos resíduos a outros fins e por isso quer negociar uma possível oferta de gás para produção de fertilizantes em Araucária.
Mal-estar 3 - Para isso ocorrer, porém, o preço do gás vai ter de baixar – e muito. A queixa geral do setor é que não dá para competir com os fertilizantes do mercado internacional, no qual é possível comprar gás natural a US$ 4/MMBTU. A Petrobras, por sua vez, alega não conseguir oferecer o energético ao Conapar a menos de US$ 10,50/MMBTU, preço maior que os US$ 7,70/MMBTU atualmente cobrados pela petroleira às distribuidoras da região Sul.
Herança maldita - O segmento de cogeração a gás natural está em franca retomada em São Paulo, mas ainda há barreiras. Uma parcela do mercado potencial não quer nem ouvir falar dessa alternativa. Importação de equipamentos, backup elétrico, falta de gás, nada disso impactou tanto quanto projetos mal resolvidos, implantados no ciclo inaugural do segmento, ainda por volta do racionamento de 2001. Instalações superdimensionadas por projetistas que já nem existem mais acabaram dando prejuízo a grandes clientes pioneiros. Por isso os desenvolvedores sérios suam para apagar essa má impressão do passado.
Térmica duvidosa - Há quem não leve a sério a proposta da AES Tietê de construir uma termelétrica em Canas (SP). Esse projeto se destina a resolver a pendência de mais de uma década com o governo paulista, que exigiu no edital de privatização de 1999 uma expansão de pelo menos 15% da capacidade instalada. A questão é que, historicamente, a exemplo dos irredutíveis municípios da área de Campinas, a população da região do Vale do Paraíba, onde fica a cidade, não quer saber desse tipo de empreendimento. A não ser que a Secretaria de Meio Ambiente e o Consema tenham flexibilizado seus critérios, não vai ser nada fácil aprovar as licenças necessárias.
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