A nova redução do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), uma espécie de sinalizador para os preços negociados nos contratos de compra de energia no mercado à vista, confirma o bom momento para os consumidores livres fecharem acordos de compra. Atualmente, é possível fechar contratos de um ano com preços até 32% mais baixos do que os encontrados no início de 2011, e isso em pleno período seco na maior parte do Brasil, época em que os valores são tradicionalmente mais altos para os consumidores livres de energia, parcela da demanda que responde por 27% da carga do sistema elétrico brasileiro.
Com os valores divulgados na sexta-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a média verificada para esses indicadores está cerca de 75% mais baixa este ano do que em 2010. A opinião de comercializadores independentes do insumo é de que este é o momento certo para quem precisa cobrir a sua demanda de energia em aberto. Isso porque os valores estão bem próximos ao mínimo possível de ser atingido.
De acordo com Paulo Toledo, sócio diretor da Ecom Energia, este cenário era impensável no início do ano. "No final de 2010 havia uma expectativa de redução dos reservatórios ao cenário mais pessimista. Com as chuvas de janeiro e março, porém, estamos em meados do período de seca no Brasil e ainda assim o nível de armazenamento de água está dentro da perspectiva mais otimista para a determinação dos preços da energia", analisou o executivo.
Como consequência dessa situação, continuou Toledo, o valor mais baixo do PLD levou a uma queda dos contratos de mais curto prazo, até um ano. Ele disse que os acordos fechados no início do ano estavam em um patamar de até R$ 140 por megawatt-hora (MWh); já este mês houve contratos negociados a R$ 98 por MWh para um horizonte de 12 meses. Para ele, a tendência é de manter essa média com a perspectiva de manutenção dos níveis normais de chuva, segundo a previsão da meteorologia para o resto do ano. No entanto, até o início do período de chuvas o valor do PLD deverá voltar a subir um pouco, à casa dos R$ 30 por MWh e chegar ao pico de cerca de R$ 40 por MWh. "Este ano não passa desse patamar", acredita Toledo.
Essa questão da meteorologia é decisiva para o comportamento dos preços para o mercado livre. Marcelo Ávila, diretor da Comerc Energia, lembrou que, apesar de o País viver esse período seco, as chuvas ocorrem no lugar certo, nas bacias dos reservatórios. A vazão dos rios que formam os lagos das usinas está em 120%, um quinto acima da média prevista. Além disso, há outro fator que pressiona os preços para baixo: a entrada das usinas a biomassa, que aumentam a oferta de energia com a safra da cana-de-açúcar. "A queda dos preços dos contratos tem em seu componente a redução do PLD e do ágio que também é cobrado. Hoje esse spread está em R$ 5 por MWh, mas chegou a R$ 30 por MWh", disse o executivo da Comerc. "Porém, como estamos próximos ao mínimo permitido, a tendência é de que os valores se elevem, pois o gerador pode não querer vender energia pela falta de possibilidade de remuneração de seu investimento", completou ele.
Apesar dos preços mais convidativos, Ávila comparou o comportamento do mercado livre ao dos investidores do mercado financeiro. "É o mesmo efeito psicológico que temos na bolsa de valores: o investidor espera ao máximo para comprar papéis e assim conseguir rentabilidade ótima", comparou.
Para ambos a renovação não será um problema para o longo prazo. Toledo acredita em pressão somente a partir de 2012, e Ávila diz que as usinas estarão lá para vender a energia, mesmo que mude de concessionário. (DCI)
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Com os valores divulgados na sexta-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a média verificada para esses indicadores está cerca de 75% mais baixa este ano do que em 2010. A opinião de comercializadores independentes do insumo é de que este é o momento certo para quem precisa cobrir a sua demanda de energia em aberto. Isso porque os valores estão bem próximos ao mínimo possível de ser atingido.
De acordo com Paulo Toledo, sócio diretor da Ecom Energia, este cenário era impensável no início do ano. "No final de 2010 havia uma expectativa de redução dos reservatórios ao cenário mais pessimista. Com as chuvas de janeiro e março, porém, estamos em meados do período de seca no Brasil e ainda assim o nível de armazenamento de água está dentro da perspectiva mais otimista para a determinação dos preços da energia", analisou o executivo.
Como consequência dessa situação, continuou Toledo, o valor mais baixo do PLD levou a uma queda dos contratos de mais curto prazo, até um ano. Ele disse que os acordos fechados no início do ano estavam em um patamar de até R$ 140 por megawatt-hora (MWh); já este mês houve contratos negociados a R$ 98 por MWh para um horizonte de 12 meses. Para ele, a tendência é de manter essa média com a perspectiva de manutenção dos níveis normais de chuva, segundo a previsão da meteorologia para o resto do ano. No entanto, até o início do período de chuvas o valor do PLD deverá voltar a subir um pouco, à casa dos R$ 30 por MWh e chegar ao pico de cerca de R$ 40 por MWh. "Este ano não passa desse patamar", acredita Toledo.
Essa questão da meteorologia é decisiva para o comportamento dos preços para o mercado livre. Marcelo Ávila, diretor da Comerc Energia, lembrou que, apesar de o País viver esse período seco, as chuvas ocorrem no lugar certo, nas bacias dos reservatórios. A vazão dos rios que formam os lagos das usinas está em 120%, um quinto acima da média prevista. Além disso, há outro fator que pressiona os preços para baixo: a entrada das usinas a biomassa, que aumentam a oferta de energia com a safra da cana-de-açúcar. "A queda dos preços dos contratos tem em seu componente a redução do PLD e do ágio que também é cobrado. Hoje esse spread está em R$ 5 por MWh, mas chegou a R$ 30 por MWh", disse o executivo da Comerc. "Porém, como estamos próximos ao mínimo permitido, a tendência é de que os valores se elevem, pois o gerador pode não querer vender energia pela falta de possibilidade de remuneração de seu investimento", completou ele.
Apesar dos preços mais convidativos, Ávila comparou o comportamento do mercado livre ao dos investidores do mercado financeiro. "É o mesmo efeito psicológico que temos na bolsa de valores: o investidor espera ao máximo para comprar papéis e assim conseguir rentabilidade ótima", comparou.
Para ambos a renovação não será um problema para o longo prazo. Toledo acredita em pressão somente a partir de 2012, e Ávila diz que as usinas estarão lá para vender a energia, mesmo que mude de concessionário. (DCI)
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