sexta-feira, 3 de junho de 2011

Taesa aprova compra de 50% da Abengoa

O conselho de administração da Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa), que pertence a um grupo de fundos e à Cemig, aprovou ontem à noite a compra de uma participação de 50% dos ativos de transmissão do grupo espanhol Abengoa no Brasil. A operação envolve apenas os ativos já em operação, reunidos em 11 diferentes concessões que operam cerca de quatro mil quilômetros de linhas. Estima-se que o negócio seja fechado em R$ 1 bilhão e vai aumentar em quase 30% o negócio de transmissão da Cemig.

A operação não foi ainda oficialmente divulgada, mas o presidente da Cemig, Djalma Bastos, confirmou ontem ao Valor que havia negociações avançadas. Ele lembrou o forte interesse da estatal mineira em crescer no país por meio de aquisições, não só em transmissão como também em geração e distribuição. Mas é no setor de transmissão de energia que a companhia deu suas últimas tacadas.

A própria Taesa foi adquirida em novembro de 2009 junto com o FIP Coliseu, administrado pelo Banco Modal. A empresa ainda tentou comprar as linhas de transmissão da Plena Transmissoras, mas perdeu o negócio para os chineses da State Grid.

No ano passado, a Cemig chegou a anunciar a compra de ativos da Cymi Holding, mas as sócias da empresa acabaram exercendo direito de preferência no negócio.

Fontes próximas às companhias envolvidas na operação entre Taesa e Abengoa informaram que as negociações para a sociedade tiveram justamente início quando a empresa espanhola exerceu seu direito de preferência na operação que tinha em conjunto com a Cymi, outro grupo espanhol.

As atividades brasileiras da Abengoa representaram em 2010 cerca de 20% do faturamento total do grupo, que foi de € 5,5 bilhões. O negócio brasileiro é hoje a maior operação da empresa fora da Espanha. No primeiro trimestre do ano, o maior faturamento foi proveniente do Brasil.

Além de projetos de transmissão, a empresa também é investidora do setor de biodiesel no país. Em transmissão, a empresa é sócia ou dona de um total de quase quatro mil quilômetros de linhas em construção. (Valor Econômico)

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