Rio de Janeiro - “É importante para o consórcio [Norte Energia] ter um autoprodutor puro-sangue”. Essa é a opinião do coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro, sobre a entrada da mineradora Vale no grupo empresarial que vai construir a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Castro disse à Agência Brasil que a Vale, como consumidor intensivo de eletricidade, precisa de energia a custo baixo para desenvolver suas atividades produtivas. “Nós avaliamos que, com a Vale entrando no consórcio, há melhoria qualitativa na sociedade de propósito específico (SPE). Porque ela tem interesses muito bem definidos, precisa muito dessa energia para ganhar competitividade na indústria metalúrgica e de mineração. E ela vai, com isso, aumentar a sua capacidade de autoprodução. Vai passar de 60%”.
Para ele, a Vale vai impor, dentro do consórcio, uma governança corporativa muito eficiente e que, de certa maneira, vai contribuir para que a obra seja concluída dentro do prazo e a um custo menor. Na área social, a entrada da Vale não terá nenhum impacto. “Belo Monte está muito bem equacionada em relação aos impactos ambientais, econômicos e sociais”.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim afirmou que o Consórcio Norte Energia, ficou mais "robusto" com a entrada da mineradora Vale como sócia.
"A Vale já tinha interesse em Belo Monte. É uma maneira de fortalecer o consórcio e atender a algo que a empresa sempre quis. A Vale chegou a participar do leilão da usina no Consórcio Belo Monte Energia, mas perdeu a disputa. Agora, todos saem ganhando”.
A Vale comprou 9% da Gaia Energia, empresa do Grupo Bertin, que fazia parte do consórcio, mas abandonou o projeto em fevereiro. (Agência Brasil)
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