quarta-feira, 30 de março de 2011

Cemig vê estabilidade dos preços em 2011 e CPFL prevê 'aperto' de energia

Duas das empresas recém-adquiridas pela Cemig no ano passado, a Taesa e a Light, terão papel decisivo no desempenho da empresa mineira de energia elétrica nos próximos anos é o que prevê o diretor de Relações com Investidores da empresa, Luiz Fernando Rolla. De acordo com o executivo, que apresentou os resultados da companhia ontem, as duas controladas possuem um ótimo potencial de crescimento e de diversificar o perfil dos investimentos, nesse sentido, ele aponta para a perspectiva de que as empresas se lancem ao mercado para aquisições. O orçamento da empresa para investimentos este ano, sem considerar esses negócios, soma R$ 1,7 bilhões em 2011. - 

No ano passado, a Cemig apurou lucro líquido de R$ 2,257 bilhões, um crescimento de 5,8% sobre o resultado positivo de R$ 2,133 bilhões obtido em 2009. O resultado incorpora mudanças realizadas pela empresa no balanço de 2009 para refletir a adoção do sistema de contabilidade IFRS. 

Essa alta foi o reflexo do crescimento de 6% nas vendas de energia da Cemig. Essa leve flutuação deveu-se à estabilidade de preços da energia, fato já esperado para o ano de 2010. Em 2011, Rolla disse que esse mesmo fenômeno (estabilidade) deverá ocorrer novamente este ano.

Já a CPFL prevê "aperto" de energia em 2011 e aposta em eólicas. Apesar da estimativa de que em 2013 o Brasil terá uma sobra de energia elétrica de 5% e de que não há nenhum risco ao suprimento, nos anos de 2011 e 2012 essa sobra será bem mais reduzida, previu ontem o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior. Segundo ele, a grande folga a ser observada a partir de 2013 será resultado da entrada em operação das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, ambas no Rio Madeira. "Ainda estamos com sobra... mas está mais apertada para 2011. A folga será de 0,3%, aumenta para 0,6% e chega a 5% em 2013, quando tem a entrada de Santo Antônio e Jirau", disse o executivo, em teleconferência.

Ele lembrou ainda que neste ano entra em operação a usina de Estreito, "e no quarto trimestre já houve um arrefecimento daquele crescimento de cerca de dois dígitos principalmente na área industrial... não vemos nenhum risco de suprimento". De acordo com Ferreira, a CPFL está cada vez mais centrada na geração de energia eólica, que "está 10% à frente da de biomassa e da PCH em custo final". Ainda ontem a Duke Energy reportou crescimento de 76,4% no seu lucro líquido em 2010 com relação ao ano anterior, para R$ 180,5 milhões.  (DCI)

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