quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Distribuição entra na estratégia para baixar conta de luz

O governo federal vai reforçar a política de redução da conta de luz. Depois de antecipar a renovação dos contratos de geração e transmissão de energia, o governo usará a renovação e a relicitação de concessões das distribuidoras para atenuarfuturos reajustes tarifários, informou um auxiliar direto da presidente Dilma Rousseff ao Estado. As 42 distribuidoras de energia cuja concessão termina entre 2015 e 2017 devem ter duas alternativas. Os contratos de prazo mais longo, que atingirão 50 anos nesse período, serão encerrados e novos termos serão celebrados por meio de licitação* Nesse caso, concorrentes poderão disputar a concessão

Os contratos qup atingirão 20 anos nesse intervalo terão a possibilidade de renovação por novo prazo, a critério do governo. Mas as regras serão distintas das atuais, com ênfase na qualidade do serviço e exigências de investimentos, o que, segundo o governo, deve resultar em redução no custo da operação. Em jogo. estão distribuidoras vincuiadas às companhias estaduais Cemig (Minas Gerais), Copei (Paraná), Gelesc (Santa Catarina) e Gelg (Goiás), além das seis concessionárias controladas pela Eletrobrás, nos Estados de Alagoas, Rondônia, Amazonas, Acre, Roraima e Piauí,

Para o governo, o setor elétrico concentrou os investimentos na base da cadeia, isto é, nas usinas de geração e nas linhas de transmissão, em detrimento da etapa de distribuição de energia A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda regras mais rígidas para regular e fiscalizar o setor. Tudo será feito de forma "suave", garantiu a fonte oficial As empresas com concessões que serão relicitadas terão permissão para continuar operando além do limite contratual, de forma a realizar as licitações "com calma" durante esse período de transição. O governo anunciará as novas regras neste ano. Apresiden-te Dilma espera que o setor elétrico trabalhe com custos mais baixos, porque isso poderia permitir novos descontos para o consumidor, atenuando o peso de futuros reajustes, "Há um planejamento do governo. Não é uma política de soluços", disse a fonte. A Aneel ainda calcula o impacto na tarifa.

Empresas« As distribuidoras confirmam as negociações. "Será algo mais voltado para qualidade e investimentos", diz o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, "A qualidade co mo condicionante é importante, mas é necessário definir indicadores e parâmetros para aferição e cumprimento de metas. Precisamos de um regime de transição." A Abradee pede a publicação das regras de renovação "o quanto antes". "Temos uma série de sugestões para aperfeiçoar os contratos de concessão", afirma.

As distribuidoras têm pedido ao governo para "refletir a realidade" nos contratos, como, por exemplo, com princípio de universalidade, com parâmetros para futuros reajustes d.e forma a amenizar o poder discricionário do regulador, evitando a re-troatividade dos atos, além de incluir o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. "O regulador não pode mexer no passado e é preciso preservar a correção monetária e a indexação, assegurando a remuneração do capital investido."

Geração - A decisão do governo de antecipar a renovação dos contratos com geradoras de energia, em novas bases, provocou polêmica. Cemig, Cesp e Copei se recusaram a aderir aos novos termos. (O Estado de S. Paulo)
Leia também:
Distribuidoras querem regime de transição para renovar concessão
Opção por energia renovável também trouxe problemas à Alemanha
Aneel prorroga divulgação de instituições credenciadas para garantias financeiras