Não há prazo definido para o desligamento das usinas térmicas, segundo informou nesta quarta-feira o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chip. "Eu não posso afirmar antecipadamente quando vamos desligá-las, porque a gente não pode prever o clima com precisão e isso depende da hidrologia. Só pelo nível dos reservatórios também não dá para dizer", explicou Chip.
O diretor destacou que as térmicas têm capacidade para gerar até 20 mil megawatts, mas, como algumas estão passando por reparos, o uso fica na média de 14 mil a 15 mil megawatts.
Desde setembro do ano passado, as usinas térmicas foram acionadas para suprir a demanda de energia do país, uma vez que os reservatórios das hidrelétricas estavam muito baixos. Mesmo após início do período chuvoso, em meados de novembro, a seca persistiu o governo prolongou o uso das térmicas --que seguem ligadas até hoje.
Neste mês de abril o uso prolongado das térmicas bate recorde histórico, com o início do sétimo mês de uso dessas geradoras. A última vez em ficaram ligadas por tanto tempo foi no fim de 2007 e início de 2008. Nessa época, o acionamento se deu por seis meses consecutivos.
As usinas térmicas geram energia com a queima de carvão ou de óleo combustível e, além de mais caras que as hidrelétricas, também são mais poluentes. Manutenção - Chip também negou que os problemas recentes de apagão no país tenham relação com falta de manutenção de equipamentos.
"No nosso sistema, parte dos equipamentos são novos e boa parte tem mais de 40 anos. Os que são mais velhos precisam passar por manutenção preventiva com maior frequência", disse.
Para ele isso não significa dizer que os equipamentos estejam sucateados.
"É como na vida, os mais novos têm menos chances de ficar doentes que os mais velhos. Então é preciso cuidar mais", destacou.
Segundo o diretor, as empresas apresentam mês a mês detalhes de sua performance para o governo, apontam problemas e soluções que serão tomadas. "A partir de setembro não houve mais nenhum caso grave, porque os problemas identificados foram tratados", disse.
O diretor-geral do ONS também reforçou que há um trabalho de prevenção sendo desenvolvido especialmente para as cidade-sede dos jogos da Copa do Mundo, com investimento de R$ 100 milhões, para projetos de reforço a entrega de energia elétrica. A meta é para que eles fiquem prontos no fim deste ano. (Valor Online)
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