quinta-feira, 11 de abril de 2013

Chesf e Furnas ficarão de fora do leilão de transmissão em maio

As empresas Chesf e Furnas, do Grupo Eletrobras não poderão participar do leilão de transmissão que acontecerá em maio. 

A proibição, anunciada pela AgênciaNacional de Energia Elétrica (Aneel), tem como justificativas os atrasos na construção das linhas de transmissão. Segundo a agência, a Chesf recebeu 26 multas no período entre 2009 a 2012, enquanto Furnas foi multada quatro vezes entre 2010 e 2011. Também aparece na lista de proibição a Interligação Elétrica Sul (IESul). 

No leilão, serão licitados dez lotes, compostos de 5.017 quilômetros em linhas de transmissão e de subestações com um total de 1.200 mega-volt-amperes (MVA) de potência. 

Se o cenário é de cobrança no segmento de transmissão, na área de geração a situação é mais animadora. A Eletrobras informou que deixará de desembolsar cerca de R$ 2,2 bilhões, a partir do anúncio da Medida Provisória 612, que reduziu a zero as incidência de cargas tributárias como PIS e Confins sobre as indenizações recebidas pelas empresas que aceitaram renovar as concessões, conforme o estabelecido pela lei 12.783. 

José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, já se mostra interessado nas usinas da Cesp, Cemig, Copel, Celesc e Celg, empresas que não aceitaram renovar suas concessões, conforme as regras estabelecidas pela lei. 

O executivo chegou a afirmar que a estatal vai entrar na briga pelos ativos, mas reconheceu que a disputa será bastante competitiva. 

Ainda está nos planos da companhia unir as operações da CGTEE, que atua em térmicas a carvão, à Eletrosu — que opera em transmissão e geração. A proposta da reorganização das companhias teria como finalidade a necessidade de reduzir custos. Nos planos da estatal está encerrar as concessões das térmicas Nutepa, São Jerônimo e a fase A de Candiota. Já com relação ao Programa de Incentivo ao Desligamento (PID) da Eletrobras, a estatal acredita que terá que desembolsar cerca de R$ 1,4 bilhão, impactando diretamente no lucro antes de juros, imposto, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia neste ano. 

A Eletrobras espera que do total de 27 mil funcionários da companhia, 5 mil se mostrem favoráveis ao PID. A proposta da companhia é reduzir em 20% os custo em 2013. 

Projetos - A Eletrobras está negociando com bancos estatais a captação de R$ 4,9 bilhões, com garantia da União para financiar projetos. A expectativa é que o acordo seja concluído até o fim deste semestre. O financiamento faz parte do plano de investimentos da Eletrobras para o período entre 2013 e 2017, que prevê a soma de R$ 52 bilhões. (Brasil Econômico, com Agências)
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