quinta-feira, 4 de abril de 2013

Diretor de Itaipu projeta que Brasil terá a energia mais barata do mundo em 2023

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, não poupou elogios para as medidas que promoveram a redução da tarifa de energia em 2013. Para ele, a decisão de antecipar a renovação de concessões que venceriam somente em 2015 para este ano, foi o pulo do gato para que o impacto do processo de renovação fosse mais significativo nas contas de luz.

"Ela [Dilma Roussef] fez um pacote significativo de usinas, o que causou essa diminuição do preço da energia", pontuou Samek. Segundo ele, se não fosse assim, talvez os benefícios do processo de renovação das concessões poderiam se perder e o consumidor poderia nem perceber o desconto.

Em tempo, Samek destacou que um novo corte na tarifa de energia pode ser repetir em 2023, uma vez que há uma série de hidrelétricas com contratos vencendo daqui a dez anos. Além disso, é em 2023 que a Itaipu pretende quitar por completo sua dívida com a Eletrobras e com a União, contraída para viabilização do projeto ainda na década de 1970.

A hidrelétrica de Itaipu (14.000MW), localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, ainda deve R$15 bilhões à Eletrobras e à União. Anualmente, esse valor é pago em parcelas anuais de R$2,3 bilhões, sendo que 50% vai para a Estatal e a outra parte para os cofres públicos. Com a Medida Provisória 579, transformada na Lei 12.783/2013, a parte que cabe a União, pouco mais de R$1,1 bilhão, será alocada na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que por sua vez será utilizada na modicidade tarifária.

"Teremos a energia mais barata do mundo", afirmou Samek.

Samek explicou que o pagamento da dívida e os juros representam 64% dos custos de Itaipu. Com o fim da pendência em 2023, a hidrelétrica poderá ofertar energia ainda mais barata para os consumidores brasileiros do que os atuais 37 dólares por MWh. Samek calculou que o corte sobre a tarifa atual pode ser de até 32%, considerando apenas a parcela que cabe ao Brasil, uma vez que a usina é binacional.

Itaipu, que hoje atende a 20% do consumo do país, demorou sete anos para ser construída e custou R$27 bilhões. Em 2012, a usina produziu 8,2 milhões de MWh, quebrando seu próprio recorde mundial de produção de energia, queocorreu em 2008, com a geração de 94.684.781 megawatts-hora (MWh). A produção acumulada nos três primeiros meses de 2013 soma um total de 24.807.287 MWh contra 24.720.437 MWh, a melhor de todos os tempos. (Jornal da Energia)

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