sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Expansão de energias eólica e solar dependerá das hídricas

Aneel vê as hidrelétricas como as "baterias" necessárias para viabilizar fontes alternativas no país

O governo quer retomar as discussões em torno das restrições ambientais impostas à construção de usinas hidrelétricas na Amazônia como parte de um projeto para assegurar a expansão da geração de energia eólica e solar dentro da matriz energética do país. O tema, que acabou sendo empurrado para debaixo do tapete por causa das polêmicas em torno da instalação da hidrelétrica de Belo Monte, continua a incomodar.

Na avaliação de técnicos do setor de energia, as preocupações com os impactos ao meio ambiente exigem que os projetos de hidrelétricas na região tenham reservatórios menores quando comparados aos de usinas mais antigas. O problema é que esta limitação diminui a capacidade de geração necessária para cobrir interrupções no fornecimento de energia eólica e da solar em períodos em que a produção destas fontes é interrompida — seja quando a intensidade de ventos diminui ou quando simplesmente anoitece.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, diz ser possível discutir com os órgãos de proteção do meio ambiente projetos hídricos com reservatórios mais extensos. Ele dá o exemplo de áreas acidentadas nas quais a inundação não prejudica tanto o ambiente. “Criticamos a construção de hidrelétricas, mas esquecemos que pela falta de reservatórios basta um ano de hidrologia ruim para que sejam acionadas as térmicas, mais caras e mais poluentes.” Segundo Hübner, a vanguardas das pesquisas internacionais, principalmente em países com forte dependência da energia solar e eólica — como os europeus — seguem na direção de produzir “baterias” não poluentes capazes de armazenar energia suficiente para cobrir a falta de fontes alternativas.

Iniciativas como essas são necessárias para evitar o uso de termelétricas movidas a gás e a carvão. Segundo ele, há países com matriz energética composta por 20% de geração eólica — casos como o da Espanha — e que enfrentam problemas por terem de apelar para uso das térmicas para cobrir a geração de eólicas interrompida nos períodos em que os ventos diminuem. No Brasil, os reservatórios das hidrelétricas funcionariam como a grande “bateria” das eólicas. No Brasil, que tem enorme capacidade de geração hidrelétrica, os reservatórios funcionam como as ‘baterias’ das fontes eólica e solar”, diz Hübner. “A expansão das usinas eólicas vai esbarrar inexoravelmente em um problema de hídrica”, afirma o diretor da Aneel.

Licenciamentos - A falta de projetos licenciados de novas usinas hidrelétricas compromete a contratação de energia nos leilões públicos, realizados de acordo com previsões de crescimento da demanda energética do país. Segundo Hübner, o problema já começou a aparecer no último leilão para a contratação de energia, no final do ano passado, no qual foi a energia eólica foi a mais comercializada. “Se a necessidade de energia fosse maior teríamos um problema’, diz.

A energia hidráulica será importante para fazer frente ao volume significativo de energia eólica contratada pelo governo. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),Maurício Tolmasquim, conta com pelo menos três projetos de hidrelétricas habilitados para participar do próximo leilão de energia, marcado para março. “Esperamos que as usinas de Teles Pires, São Manoel e Sinop participem do leilão após a liberação das licenças ambientais”, disse, referindo-se às usinas do complexo do Rio Teles Pires, entre o Mato Grosso e o Pará. (Brasil Econômico)O governo quer retomar as discussões em torno das restrições ambientais impostas à construção de usinas hidrelétricas na Amazônia como parte de um projeto para assegurar a expansão da geração de energia eólica e solar dentro da matriz energética do país. O tema, que acabou sendo empurrado para debaixo do tapete por causa das polêmicas em torno da instalação da hidrelétrica de Belo Monte, continua a incomodar.

Na avaliação de técnicos do setor de energia, as preocupações com os impactos ao meio ambiente exigem que os projetos de hidrelétricas na região tenham reservatórios menores quando comparados aos de usinas mais antigas. O problema é que esta limitação diminui a capacidade de geração necessária para cobrir interrupções no fornecimento de energia eólica e da solar em períodos em que a produção destas fontes é interrompida — seja quando a intensidade de ventos diminui ou quando simplesmente anoitece.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, diz ser possível discutir com os órgãos de proteção do meio ambiente projetos hídricos com reservatórios mais extensos. Ele dá o exemplo de áreas acidentadas nas quais a inundação não prejudica tanto o ambiente. “Criticamos a construção de hidrelétricas, mas esquecemos que pela falta de reservatórios basta um ano de hidrologia ruim para que sejam acionadas as térmicas, mais caras e mais poluentes.” Segundo Hübner, a vanguardas das pesquisas internacionais, principalmente em países com forte dependência da energia solar e eólica — como os europeus — seguem na direção de produzir “baterias” não poluentes capazes de armazenar energia suficiente para cobrir a falta de fontes alternativas.

Iniciativas como essas são necessárias para evitar o uso de termelétricas movidas a gás e a carvão. Segundo ele, há países com matriz energética composta por 20% de geração eólica — casos como o da Espanha — e que enfrentam problemas por terem de apelar para uso das térmicas para cobrir a geração de eólicas interrompida nos períodos em que os ventos diminuem. No Brasil, os reservatórios das hidrelétricas funcionariam como a grande “bateria” das eólicas. No Brasil, que tem enorme capacidade de geração hidrelétrica, os reservatórios funcionam como as ‘baterias’ das fontes eólica e solar”, diz Hübner. “A expansão das usinas eólicas vai esbarrar inexoravelmente em um problema de hídrica”, afirma o diretor da Aneel.

Licenciamentos - A falta de projetos licenciados de novas usinas hidrelétricas compromete a contratação de energia nos leilões públicos, realizados de acordo com previsões de crescimento da demanda energética do país. Segundo Hübner, o problema já começou a aparecer no último leilão para a contratação de energia, no final do ano passado, no qual foi a energia eólica foi a mais comercializada. “Se a necessidade de energia fosse maior teríamos um problema’, diz.

A energia hidráulica será importante para fazer frente ao volume significativo de energia eólica contratada pelo governo. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),Maurício Tolmasquim, conta com pelo menos três projetos de hidrelétricas habilitados para participar do próximo leilão de energia, marcado para março. “Esperamos que as usinas de Teles Pires, São Manoel e Sinop participem do leilão após a liberação das licenças ambientais”, disse, referindo-se às usinas do complexo do Rio Teles Pires, entre o Mato Grosso e o Pará. (Brasil Econômico)

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