Preços mais competitivos, tratamento diferenciado à indústria e corrida dos fabricantes internacionais para se instalarem no país em busca da lucratividade perdida devido à crise nos EUA e Europa transformaram a fonte eólica na menina dos olhos dos investidores do setor energético. Nos leilões realizados em agosto, os projetos de eólica alcançaram os preços médios mais baixos, em relação às demais fontes de energia.
Foram contratados 78 projetos, com 832 MW. Considerando os leilões desde 2009, a capacidade de geração de energia contratada atingirá cerca de 7 MW até 2014, com investimentos de R$ 30 bilhões. "Vamos contratar pelo menos 2 MW por ano", diz Renato Amaral, membro do conselho de administração e diretor de operações da Renova Energia, a principal companhia brasileira no segmento, com participação de 11% no bolo dos empreendimentos em execução.
Segundo Amaral, a Renova Energia investiu nos projetos de energia eólica R$ 562 milhões entre 2009 e 2011, e os planos preveem novas ações. A ideia é construir um parque gerador de energia eólica de 1,11 mil MW até 2016. Para isso, a empresa investirá R$ 3,8 bilhões.
Os recursos serão provenientes de capital próprio e empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "O cenário é mais do que propício aos investimentos", avalia Cláudio Semprine, assistente da diretoria de engenharia de Furnas, que constrói plantas eólicas com a JMalucelli e a Eletronorte.
A companhia investiu cerca de R$ 1 bilhão desde 2009 para construir sete empreendimentos no Nordeste, com 487,6 MW de potência instalada. O grupo espanhol Iberdrola Renováveis, que atua em parceria com aNeoenergia, também tem planos de chegar a 1.000 MW em parques eólicos em cinco anos.
"Os preços baixaram em função de uma sobre-oferta de aerogeradores. A redução foi potencializada pela entradas de novos fabricantes ", diz Laura Porto, diretora de novos negócios. Sobra espaço para o crescimento de fornecedores brasileiros de equipamentos, como a ABB, que atua no fornecimento de subestações de rede.
A empresa fechou contrato com a Galvão Energia, de US$ 14 milhões. "A ABB também se prepara para investir em infraestrutura para outras áreas de energia", diz Manfred Hattenberger, gerente geral de energia eólica da filial brasileira. (Valor Online)
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