terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: Energia sustentável custaria US$ 280 bi

Alta voltagem
Tensão no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico, em outubro. É o que promete a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia. A entidade alega que impostos e encargos - cerca de R$ 18 bilhões em 2011 - diminuem a capacidade competitiva das empresas nacionais. No ranking mundial, somente Itália e Eslováquia cobram mais pela energia. O evento terá, na plateia, ministros de Estado e representantes de entidades do setor e da Aneel.
Energia sustentável custaria US$ 280 bi
Afastar-se da energia nuclear e substituí-la por energia solar ou eólica custaria ao Japão cerca de US$ 280 bilhões em novos investimentos até 2020, disse ontem o Greenpeace, pedindo a Tóquio que garanta a segurança para a futura geração de energia. O estudo foi apresentado enquanto o Japão debate o futuro da energia nuclear depois que o terremoto e o tsunami de março provocaram a pior crise nuclear do mundo em 25 anos, na Usina de Fukushima Daiichi. Cerca de 70% da população se opõe à energia nuclear.
Leilão de energia
O último leilão de energia, promovido pela Aneel, foi um sucesso, entre outros aspectos pela surpreende participação das usinas eólicas, cujos geradores são acionados pela força dos ventos. Essas usinas estão se tornando cada vez mais potentes, mas há também um mercado se formando para aerogeradores de pequeno porte. A Enersud, por exemplo, única indústria de capital nacional desse segmento (e que funciona em Inoã, Maricá) já vendeu mais de 200 equipamentos. A maioria dos compradores é de proprietários rurais, que usam esse tipo de energia para bombeamento de água nos seus sistemas de irrigação. São equipamentos que, instalados, custam cerca de R$ 40 mil e servem ainda para instalações isoladas (antenas de telecomunicações), pois têm a possibilidade de funcionarem junto com placas fotovoltaicas, de energia solar. O próximo passo da empresa é desenvolver um aerogerador com eixo vertical, que, além de mais silencioso, poderá ser instalado no alto de casas e edifícios. Um dos obstáculos à expansão do mercado urbano é que os medidores de consumo de energia não "andam para trás" no Brasil. A legislação e questões técnicas não permitem que o excedente de eletricidade gerado em residências seja injetado no sistema de distribuição. Desse modo, uma residência que queira ser autônoma, tem de usar um sistema interno dedicado, sem conexão com o que vem da rua. Então, o estímulo para uso da energia eólica em casas e edifícios residenciais é hoje mais ambiental do que econômico.
Belo Monte: MP do Pará abrirá novas ações
Pronto para entrar com novas ações na Justiça contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Ministério Público do Pará pretende usar como justificativa o não cumprimento dos prazos para as obras exigidas pelo governo ao grupo Norte Energia, responsável pela instalação da usina. Segundo o procurador Bruno Gütschow, a reforma e a ampliação do hospital municipal de Altamira são exemplos. A grande maioria das obras deveria ficar pronta entre dezembro de 2011 e maio de 2012 - disse o procurador, acrescentando que a situação atual é de estagnação. Gütschow disse que estão sendo acompanhados com atenção os empréstimos feitos pelo BNDES ao Norte Energia desde o leilão de Belo Monte, em abril de 2010. O governo autorizou o banco a financiar até R$ 13,5 bilhões para a obra, com prazo de 30 anos, em condições mais vantajosas que as do mercado. Os procuradores também verificam os valores pagos a título de desapropriação aos moradores que estão sendo obrigados a deixar suas casas.

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