quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Energia limpa, competitiva e que dá retorno

Dos 300 GW de potência acrescentados à matriz energética mundial entre 2008 e 2009, nada menos que 140 GW vieram de fontes renováveis. Esse crescimento tem uma série de razões, algumas até ambientais. Mas um estudo divulgado pela Carbon Trust, há dez dias, acaba de acrescentar mais um bom incentivo: o lucro. Segundo a pesquisa, empresas inglesas que optaram por gerar sua própria energia usando alternativas limpas estão tendo retornos de 11% a 12%.

Entre os que vêm lucrando com a iniciativa, grupos como a Procter & Gamble, Ikea, Marks & Spencer e PepsiCo. No Brasil, o último leilão de energia deixou claro que a competitividade da fonte eólica é um fato. O preço de R$ 91 o KW/h, superando projetos de termelétricas a gás, não deixa dúvidas. Há cinco anos, a energia dos ventos era só uma aposta, pouco confiável. Representava fatia mínima da geração do país e contava apenas com um fabricante local. Hoje, são 11, e as projeções indicam que até 2016 ela responderá por 5% da matriz nacional.

Para o professor Emílio La Rovere, da Coppe, a energia solar é a bola da vez. Ele é um dos autores da "Carta do Sol", divulgada recentemente, que defende uma estratégia nacional de incentivo à energia solar. La Rovere argumenta que, neste caso, não dá para seguir com o tradicional sistema de grandes usinas e linhas de transmissão. Para ser competitiva, criariam-se mini-redes em aeroportos, prédios públicos e estádios de futebol, como acontecerá na Copa de 2014.

A produção de energia solar no Brasil, hoje, é mínima, mas os signatários da carta acham que ela pode chegar a 50 MW, até 2016, e 4 mil MW, em dez anos. Mas, para isso, pregam o trabalho integrado dos vários níveis de governo e da iniciativa privada. O sol, principal matéria-prima, não falta. A tecnologia e a criatividade também não. Basta uma boa dose de vontade política.
Falha em Itaipu deixa 80% do Paraguai sem energia
Uma falha ocorrida no sistema da Usina de Itaipu deixou ontem 80% do Paraguai sem energia elétrica. O apagão durou aproximadamente 40 minutos, das 10h39m às 11h18m,  pelo horário de Brasília (das 9h39m às 10h18m pelo de Assunção). A nova interrupção de energia ocorre 12 dias depois que um problema em uma subestação da linha de transmissão de Itaipu, que pertence a Furnas, deixou às escuras parte de 14 estados brasileiros.

Segundo representantes da usina, as obras da subestação de Hernandárias, no Norte do Paraguai, que está sendo ampliada, podem ter causado a queda do fornecimento. O apagão atingiu grande parte de Assunção. As regiões Norte e Central também ficaram sem energia. Segundo a Ande, estatal de energia paraguaia, o blecaute teria afetado 1,2 milhão de pessoas.

Técnicos paraguaios e brasileiros trabalham para descobrir o que teria causado a pane no sistema de distribuição. Além das obras em Hernandárias, um linhão de 500KV está sendo construído para levar a energia de Itaipu para Assunção. O lado brasileiro não foi afetado.

O site paraguaio ABC Digital informou que o apagão provocou falta d'água em alguns bairros de Assunção. A capital também enfrentou problemas de trânsito, devido ao desligamento dos sinais.
Alta tensão 1 - Os investimentos das distribuidoras de energia elétrica cairão à metade, com a proposta de revisão tarifária da Aneel. A Abradee estima em R$ 3 bilhões a perda de receitas. Por ano, o setor investe cerca de R$ 8 bi. Nelson Fonseca Leite, presidente da entidade, apresentará as contas no Enace, em outubro, no Rio.

Alta tensão 2 - As pequenas centrais hidrelétricas também estão na pauta do Enace. Charles Lenzi, da Abragel, diz que a expansão das PCHs depende de estímulos oficiais, nos moldes dos concedidos às usinas eólicas. Leilões exclusivos para o segmento também ajudariam, propõe. (O Globo)

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