quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: MME, CEMIG e EPE

Governo tem tempo para decisão serena sobre concessões, diz Lobão
O governo tem tempo para tomar uma decisão "serena, lúcida e adequada aos interesses do país" no que se refere às concessões do setor elétrico, disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante audiência pública no Senado. A partir de 2015 começam a vencer concessões nas áreas de distribuição, geração e transmissão de energia elétrica. Se não alterar a regra atual, o governo retomará as concessões e vai licitá-las novamente. Mas também está em discussão a hipótese de mudar a lei e renovar as concessões, desde que as empresas concordem com algumas novas regras, como a redução das tarifas. Lobão disse que "seja qual for a decisão" prevalecerá o princípio de redução das tarifas.

Cemig não descarta avaliar participação em Belo Monte
A Cemig não descarta a possibilidade de analisar a participação no projeto da usina hidrelétrica Belo Monte, disse o diretor financeiro e de Relações com Investidores da estatal mineira, Luiz Fernando Rolla. "A Cemig, de um modo geral, tem analisado oportunidades de aquisição de participação em ativos não só de geração mas de transmissão e de distribuição (...) Nós não nos furtamos de analisar o projeto (Belo Monte) se ele for oferecido à Cemig", disse. Quando Belo Monte foi licitada, em 2010, a Cemig avaliou que o projeto não era atrativo para a companhia, diante das condições apresentadas no certame. "Se alguma coisa mudar, nós podemos voltar a analisar e ver se atinge o requisito mínimo de retorno", disse Rolla. O diretor, no entanto, ressaltou que a companhia não tem "nada de concreto" a ser noticiado sobre negociações para participar do empreendimento que será construído no rio Xingu (PA). Na segunda-feira, o diretor de geração da Eletrobras, Valter Cardeal, disse que Belo Monte deverá ter em sua composição acionária "apenas empresas que detenham conhecimento de geração e produção de energia elétrica". A composição final do consórcio Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica, deverá sair em até 60 dias, segundo o diretor da Eletrobras.

Tolmasquim não vê modelo definitivo e diz que ainda pode haver leilões exclusivos
Passada a semana de leilões, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu que, apesar do resultado satisfatório de acordo com as previsões do governo, o modelo não pode ser encarado como definitivo. Para o especialista, o planejamento pode retomar os certames exclusivos, de acordo com a necessidade de cada fonte. “Se a gente achar que precisamos mais de tal fonte, a gente faz. Nada impede de ter um leilão com todas as fontes competindo e outro com uma situação específica”, disse o executivo Para Tolmasquim, porém, o governo não vê atualmente nenhum ponto específico em relação a alguma fonte que demande uma contratação própria. “Hoje não há uma razão, mas se nossa política energética encontrar alguma, podemos mudar”. Para o leilão A-5 que deve acontecer ainda neste ano, Tolmasquim afirmou que a intenção é abrir a disputa para todas as fontes. O formato está sendo estudado e ainda não há uma posição oficial sobre a competição do certame. - Abeeólica mostra preocupação com retornos baixos e vê fim dos leilões exclusivos.

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