Por Luiz Eduardo Barata Ferreira
Os leilões de energia nova (A-3) e energia de reserva realizados em agosto confirmaram a forte competição e o interesse dos investidores no mercado brasileiro. O principal marco que ilustra este quadro é o preço médio final da energia no leilão de reserva, com usinas eólicas e a biomassa: R$ 99,61 o megawatt-hora (MWh). O elevado montante de energia habilitado para ambos os leilões – superior a 14 mil megawatts (MW) –, a apresentação de lances agressivos durante o próprio leilão e, por fim, os deságios apurados, de até 32% em relação ao preço inicial, também são elementos desse cenário competitivo.
Outro aspecto dos leilões ocorridos em agosto é a distribuição da energia contratada entre os estados, com participação de todas as regiões do País. Quando tratamos de fonte eólica, temos a presença já consolidada de estados como Rio Grande do Norte e Ceará. Desta vez, tivemos destaque também para o Rio Grande do Sul. Do total de garantia física contratada (2.275 MW), 62% são oriundos de fontes renováveis (hídrica, eólica e biomassa) e 38% de fonte fóssil (gás natural).
Ao acompanharmos a evolução dos certames, rodada a rodada, percebemos a capacidade do mercado em responder a situações desafiadoras de competição, como o estabelecimento de preço inicial único para diferentes fontes de geração de energia. A maturidade, aqui, não é apenas da sistemática de contratação, mas principalmente dos investidores. Em conjunto, eles nos prestaram uma demonstração explícita de gerenciamento de negócios em alto nível.
Seguindo os fundamentos clássicos da economia, percebemos os ofertantes construindo estratégias inovadoras de negócio para a participação bem-sucedida nestes leilões. Seja com a revisão do projeto da obra em busca da otimização de recursos financeiros e de maior aproveitamento energético, seja com a negociação junto a fornecedores de equipamentos e combustíveis, e, ainda, com a arquitetura de uma estratégia acertada para venda dessa energia entre o ambiente regulado e o ambiente livre de comercialização, cada gerador buscou o melhor arranjo para tomar parte do jogo.
Esse comportamento de mercado nos conduziu a resultados exitosos. Para todos. Conciliamos sinalização econômica para o investidor em geração, incentivo à expansão, garantia do suprimento da demanda e, ainda, modicidade tarifária beneficiando o consumidor final. Este quadro nos permite o entendimento de que a metodologia de aquisição de energia por meio de leilões está consolidada.
Ao realizarmos os leilões de energia sob delegação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também temos a percepção de uma parceria já consagrada com o Ministério de Minas e Energia (MME), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o próprio órgão regulador. Agora, nos preparamos para o certame A-5, em dezembro, confiantes de que teremos uma disputa qualificada e com benefícios sistêmicos para todos os participantes. (CCEE News)
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