Pela primeira vez na sua história, o Brasil alcançou, no mês de junho, a potência de 1 gigawatt (GW) de energia elétrica gerada a partir de fontes eólicas. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), esse número é suficiente para abastecer uma cidade com população com 1,5 milhão de habitantes. A produção é proveniente do funcionamento de 51 parques eólicos, distribuídos por nove estados, localizados principalmente, nas regiões Nordeste e Sul do país.
A expectativa da ABEEólica é de que, até 2013, a matriz energética brasileira receba 5,3 GW gerados por turbinas movidas por ventos. Os investimentos devem ultrapassar os R$ 25 bilhões e serão feitos pela iniciativa privada, através de incentivos dados pelo governo federal pelo Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). Estão em construção atualmente outras 36 usinas eólicas, com capacidade de gerar mais 1 GW, e que devem operar ainda este ano.
Apesar do número positivo, especialistas afirmam que o aproveitamento do potencial nacional para energia limpa vinda dos ventos poderia ser bem maior se os custos para instalação das torres e do sistema de distribuição fossem menores e houvesse ainda mais incentivos públicos.Mas o investimento em energia eólica no Brasil ainda é pequeno, sobretudo se comparado a outros países emergentes como China e Índia. De 2010 para cá, os dois países estão entre as cinco nações que mais detêm este tipo de tecnologia, segundo o Conselho Internacional de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).
Alguns estados brasileiros já manifestaram interesse em aumentar sua produção de energia elétrica usando o potencial eólico de seus territórios. Como exemplo, Atlas Eólico de Minas Gerais foi apresentado no mês de maio, trazendo um amplo estudo sobre o potencial do estado para a produção de energia com a força dos ventos. Segundo o documento, os ventos de Minas podem gerar 3,5 vezes mais energia do que a capacidade planejada para a polêmica Belo Monte, usina que ficou mundialmente conhecida em função do possível impacto ambiental gerado pela construção no curso do rio Xingu, no Pará.
Embora os custos para a produção de energia a partir da força dos ventos, o cenário parece estar mudando com constante queda do preço do MWh proveniente de usinas eólicas. O valor estava em torno de R$ 148, mas já caiu para R$ 135 o MWh em 2011, segundo a ABEEólica. O custo da energia elétrica gerada por hidrelétricas ainda é mais convidativo (R$ 115 por MWh), mas muitos ambientalistas questionam se a economia vale a pena, dados os grandes impactos ambientais proporcionados pelas represas criadas para produção hidroelétrica. (Por Éverton Oliveira - Uai Meio Ambiente)
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