sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cesp apoia a prorrogação e poderá investir mais, diz secretário paulista

A prorrogação dos contratos de concessão das usinas hidrelétricas agrada o governo paulista. Segundo o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, a decisão do governo federal deve ser tomada logo porque será necessário estabelecer com cada uma das geradoras quais as condições dos acordos para a continuidade dos contratos. "Por enquanto temos dificuldade de pensar em que condições essa prorrogação seria feita, porque primeiro precisamos da definição do modelo que o governo vai adotar", diz ele.

O governo de São Paulo é o maior acionista da geradora Cesp, empresa com capacidade de 7.456 MW de geração. A concessão de duas de suas principais usinas, a de Ilha Solteira e a de Jupiá, que representam 67% do total de sua geração, vence em 2015. Por causa dessa pendência, a tentativa de privatização da empresa no começo de 2008 fracassou. "Não tem nem como falar em privatização mais agora. Primeiro tem que definir isso [a concessão das usinas], e depois pensamos", diz.

Segundo Aníbal, é possível estabelecer condicionantes para a renovação das concessões, como a redução das tarifas e investimentos das geradoras em compensações ambientais. A modicidade tarifária, no entanto, teria de ser algo realista, longe do que, segundo o secretário, foi cogitado por alguns setores. "É possível haver modicidade tarifária, mas nada do que se aproxime aos delírios que já vi por aí, de gente achando que vai reduzir 80%", diz ele.

Sobre as compensações ambientais, ele lembra que a maioria das usinas foi construída numa época em que não havia uma preocupação tão forte com a sustentabilidade como existe atualmente. "Podemos pensar em ações como o plantio de árvores, por exemplo", diz ele. Apesar dos planos de privatização terem sido adiados, o secretário salienta que a Cesp está passando por um processo de reestruturação, o que deve deixar a empresa com um nível baixo de endividamento. Segundo Aníbal, com a prorrogação das concessões das usinas, a empresa pode investir mais em modernização para torná-las mais produtivas.

Aníbal acredita que a renovação também é a saída mais viável para o governo federal, pois a opção de levar as usinas para licitação não deve ter sucesso no mercado. "Quem vai comprar tudo isso de energia? Ninguém teria dinheiro para comprar essas usinas." (Valor Econômico)


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