quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eletrosul vai ampliar a oferta de energia eólica


A Eletrosul, uma das subsidiárias da Eletrobras, já começa a trabalhar na ampliação da capacidade energia instalada da sua primeira usina de energia eólica, antes mesmo de concluir o projeto, em fase de construção no município de Santana do Livramento, interior do Rio Grande do Sul. “Já definimos que vamos participar do próximo leilão do governo [entre junho e julho deste ano] para oferecer mais 120 megawatts de energia eólica gerada pelo Complexo de Cerro Chato”, diz o presidente da companhia, Euride Mescolotto.
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O contrato deve ser firmado antes mesmo da estatal finalizar o projeto de instalação da usina, que deve começar a gerar energia a partir do final desde mês, mas só deve alcançar sua capacidade total em setembro — quando estarão montados 45 aerogeradores capazes de produzir 90 megawatts de energia, o suficiente para abastecer uma cidade com 660 mil habitantes. A ideia de Mescolotto é que, uma vez vencido o leilão, a estatal inicie a construção de 60 novas torres no local que serão capazes de gerar mais 120 megawatts. De acordo com as regras da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a empresa terá de estar pronta para atender o compromisso em três anos, contados a partir da data de realização do leilão.

Mescolotto diz que a ampliação da estrutura da usina eólica será viabilizada por meio de um novo financiamento a ser obtido junto ao banco alemão de desenvolvimento, o KfW. “Estamos em fase adiantada de negociação”, diz Mescolotto. O executivo não revela o montante que está sendo solicitado, mas, de acordo comvalores demercado, a construção dos 60 aerogeradores não saem por menos de R$ 540 milhões — levando em consideração o custo de R$ 9 milhões para um único aeroge-rador pronto.
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Para a construção das primeiras 45 torres da usina de Cerro Chato, a Eletrosul está investindo R$ 390 milhões. Mescolotto não revela detalhes do acordo emvias de ser estabelecido com o KfW e nem de quanto será o investimento da própria companhia. Mas negócios desta natureza podem ser feitos por meio de financiamentos a fundo perdido — como política de cooperação do governo alemão com o Brasil. Um exemplo disto está no recente contrato assinado pelo banco com a Eletrosul destinado ao financiamento de 65%da primeira usina de energia solar da empresa, orçada emR$ 10,5 milhões.
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O projeto, previsto para estar concluído em outubro, permitirá à estatal vender no sistema elétrico 1 megawatt de energia produzida a partir do sol, o suficiente para abastecer 570 residências. Há também modelo de financiamento por meio de empréstimos a juros subsidiados por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Negócios desta natureza tem que ter taxas de juros 25% menores do que os valores praticados pelo mercado privado e o prazo de pagamento varia de 12 a 15 anos.

Cooperação alemã
O diretor do KfW para a América Latina e Caribe, RudgerHartman, disse em entrevista ao BRASIL ECONÔMICO, que o foco da cooperação da Alemanha com o Brasil está no desenvolvimento de fontes alternativa de energia. Uma das principais frentes de atuação do banco está na triangulação de financiamento pormeio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os acordos feitos entre as duas instituições já somaram cerca de US$ 444 milhões. O último empréstimo foi destinado exatamente ao financiamento da implantação de usinas eólicas no país. O Brasil absorve cerca de 20% dos recursos destinados à América Latina. (Brasil Econômico)

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