Está para ser publicada no segundo semestre deste ano a primeira norma padrão internacional para gestão de energia, a ISO 50001. O objetivo é disseminar a preocupação com a eficiência energética visando questões ambientais e de segurança do abastecimento. Tratase, como as outras normas do sistema ISO, de um conjunto de diretrizes para ajudar qualquer tipo de organização do mundo – empresas, mas também associações, organizações governamentais e não governamentais - a incorporar como meta a redução do consumo de energia. “A diferença da ISO 50001 das outras normas é que ela não obriga as empresas a declarar formalmente melhorias numéricas”, afirma o engenheiro Alberto Fossa, coordenador da ISO no Brasil e consultor do ICAProcobre, que no ano passado lançou no México o Fórum Permanente de Eficiência Energética na América Latina. Ele explica que a ISO dá indicadores, formas de monitoramento de processos e impactos ambientais e de controle de poluição.
Sem desperdício
“A proposta é aberta”, explica Fossa, “porque tem como princípio incutir em todas as organizações a necessidade de economia ou de eficiência energética, evitando o desperdício. Não importa, nesse primeiro momento, se é muito ou pouco ou qual a velocidade. O importante é começar. A partir daí, a sociedade vai validar esses parâmetros e os governos locais vão estabelecer critérios, programas de etiquetagem e metas para controle do consumo”.
A expectativa é que, ao optar pela certificação obtida com o cumprimento da norma, as empresas avaliem sua situação em termos de gasto de energia, identifiquem os pontos com maiores possibilidades de melhoria e definam um plano de ação. O foco pode ser desde a troca de combustíveis da frota ou o aumento da eficiência energética da linha de produção até a simples troca de lâmpadas das instalações.
Segundo George Soares, assessor da diretoria de transmissão da Eletrobrás e membro da comissão da ISO, “cada organização deve ter uma linha de base e, a partir daí, um desempenho crescente de eficiência energética.” Ele acredita que a norma será uma ferramenta poderosa para estimular o desempenho em qualquer um dos 33 países participantes.
Como as outras ISO, a 50001 não pretende entrar em conflito com os documentos, tratados e convenções ou reduzir a autoridade governamental. Para funcionar, ela tem que ser aplicável em qualquer país do mundo, deve ter caráter voluntário e não se caracterizar como legislação. “O princípio é que as próprias organizações tomem medidas, independentemente das ações governamentais”, diz Soares.
Ele afirma que, além de estimular a economia de consumo, a ISO vai abrir um mercado novo de consultoria para ajudar no desenvolvimento da documentação de boas práticas ao longo da cadeira produtiva. No caso do Brasil, as diretrizes da ISO serão incorporadas ao Plano Nacional de Eficiência Energética ( PNEf ) que está para ser publicado, como um dos mecanismos utilizado na economia do consumo.
O PNEf deverá ser incorporado ao Plano Nacional de Energia 2030, que estabelece, entre suas metas, que 10% da demanda de eletricidade até 2030 será atendida por ações na área de eficiência energética, aí incluídas as ações voluntárias e um programa estratégico de medidas governamentais. (Brasil Econômico)
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