Com falta de dinheiro, empresa negocia repassar participação na hidrelétrica à Vale
Em dificuldades financeiras, o grupo Bertin corre o risco de sair de duas das maiores obras públicas em curso: a hidrelétrica de Belo Monte (PA) e o Rodoanel (SP), que somam pelo menos R$ 24 bilhões em investimentos. Originalmente uma empresa frigorífica, o Bertin se tornou uma grande aliada do poder público em grandes obras de infraestrutura.
Em troca, recebeu do governo apoio para sobreviver à sua primeira crise, em 2008, foi capitalizada pelo BNDES e formou com a JBS o maior frigorífico do mundo, com faturamento anual de mais de R$ 40 bilhões. Além de Belo Monte e do Rodoanel, o Bertin tinha planos de participar do trem-bala que ligará as cidades do Rio, São Paulo e Campinas, um projeto de R$ 34 bilhões.
Mas, sem recursos, teve que sair no fim do ano passado do consórcio que era costurado com os japoneses.
No caso de Belo Monte, a situação se complicou há duas semanas, quando não entregou ao BNDES as garantias suficientes da Gaia Energia, sua subsidiária, para o acesso a financiamento. A Gaia possui 9% da hidrelétrica e teria que aportar pelo menos R$ 1,93 bilhão na sua construção. Sem caixa e sem o acesso ao empréstimo, o Bertin começou a negociar a saída do consórcio Norte Energia, liderado pela Eletrobras e suas subsidiárias.
A Folha apurou que o grupo negocia repassar sua fatia à Vale. Assim como o frigorífico, a mineradora se encaixa como "autoprodutor" por produzir energia para seu consumo. A Vale reluta em assumir os atuais preços da energia e negocia valores menores. A Vale disse que não comentará o assunto, e o Bertin deve se pronunciar apenas hoje. (Folha de S.Paulo)
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