sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Renovação das concessões terá baixo impacto para reduzir tarifas de energia

A decisão do governo sobre as concessões de ativos de geração de energia, os vencimentos de cujos contratos estão entre 2013 e 2015, não deverá interferir no valor da tarifa após esse período. Independente do que for determinado, fato previsto para ocorrer ainda este ano, a conta de luz não deverá cair significativamente, conforme planejam as autoridades do setor elétrico brasileiro. A previsão é de que mesmo com a aplicação do conceito modicidade tarifária o impacto sobre a conta do brasileiro ficará em apenas R$ 2 MWh. -

Essa é a opinião do diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Tractebel, Eduardo Sattamini. Ele disse ontem, durante uma reunião da Apimec-SP, que a extinção do encargo Reserva Global de Reversão (RGR), que foi renovado no final de 2010, teria um impacto maior que a redução tarifária pretendida pelo governo.

"Somente o RGR reduziria em R$ 3 por MWh a conta de luz", estimou ele. "Há limitações para exigir uma tarifa mais baixa mesmo com as usinas amortizadas, pois é preciso garantir receita às empresas para a operação dessas usinas, assim como para que tenham fôlego para continuar a investir em novos projetos, com isso a perspectiva de operação viável seria entre R$ 70 e R$ 85 MWh", continuou o executivo, segundo quem a solução para uma tarifa mais baixa seria a redução da carga tributária e de encargos, responsáveis por 50% da conta dos brasileiros.

Investimentos
Em sua avaliação, independentemente deste fator, as térmicas serão cada vez mais importantes no setor elétrico nacional. Isso porque ao construir usinas a fio d' água (cujo reservatório é menor do que o das tradicionais) o setor fica mais exposto ao risco hidrológico, o que acarreta maior volatilidade dos preços do insumo no decorrer do ano.

Ele afirmou ainda que a empresa está de olho em usinas termoelétricas a gás. Isso porque o insumo terá maior disponibilidade e redução de preços com a entrada de produção de campos no pré-sal e Mexilhão, locais operados pela Petrobras.

Apesar desse alvo, a Tractebel ainda possui em seu foco fontes de geração eólica, com projetos que somados possuem 150 MW de potência instalada, biomassa e a hidráulica, com projetos greenfield, ou, ainda, ativos da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que o governo estadual tentou leiloar há 3 anos sem conseguir atrair interessados em razão do problema da renovação das concessões. (DCI)

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