O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, diz que as termelétricas serão mais demandadas pelo governo nos próximos anos. Embora exista expansão em curso das usinas hidrelétricas, este tipo de geradora tem passado por transformações nos últimos anos exatamente por conta das questões de proteção ambiental.
Para receber as licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), as hidrelétricas tiveram projetos de reservatório menor do que as grandes usinas do passado como Tucuruí, por exemplo. “Hoje os projetos de hidrelétricas em andamento tem reservatórios de três a quatro vezes menores do que os mais antigos”, diz. Essa diminuição dos reservatórios, somada ao aumento da demanda do consumo de energia no país com o crescimento econômico, poderá exigir mais dnergia das usinas termelétricas movidas a carvão, gás e óleo — que emitem mais poluentes — no caso de secas, que poderiam baixar os reservatórios e obrigar o acionamento das térmicas.
“Para não corrermos riscos de apagão, precisamos de uma grande quantidade de energia assegurada pelas térmicas”, diz. “A questão é: como o Brasil vai conviver com os compromissos de redução de emissões com a demanda necessária das térmicas?”, questiona. “A conta não fecha. O país precisa escolher: ou adota de reservatórios maiores nas hidrelétricas ou proporciona expansão das térmicas”.
Segundo o professor José Goldemberg, Instituto de Energia e Eletrotécnica da Universidade de São Paulo, as metas de mitigação dos gases pressupõe cortes de termelétricas, inevitavelmente, por conta dos custos que essas usinas terão que assumir para fazê-lo. A solução proposta por Goldemberg estaria na transformação dessas termelétricas em usinas de energia movida ao bagaço da cana-de-açúcar, também considerado fonte de energia limpa. O estabelecimento dessas novas usinas em São Paulo poderia gerar cerca de 6 mil mega atts médios apenas no estado. Atualmente é gerado cerca de 1,5 mil megawatt no estado. O resto da demanda seria suprida por projetos de energia eólica na região Norte do país. (Brasil Econômico)
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