sexta-feira, 16 de julho de 2010

PLD deve seguir alto, prevêem agentes

O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) apresentou uma baixa na última semana, após duas altas consecutivas. Ainda assim, o indicador continuou bastante próximo da casa dos R$100 em todos os patamares e submercados, estando até acima desse valor em alguns deles. Ainda assim, especialistas acreditam que o indicador tende a ficar acima dos três dígitos até o final da estação seca, previsto para novembro.

"Tivemos um pouco de chuva agora, então pode ser que tenhamos um empurrão para baixo na próxima semana. Mas acreditamos que o indicador deve continuar nesse patamar, de R$100 ou mais", prevê o presidente da Compass Comercializadora, Paulo Mayon, que já foi também presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace).

Mayon lembra que a Compass já alertava com antecedência para a iminência de alta nos preços de curto prazo antes do salto registrado no final de junho, quando o PLD chegou a subir quase 54% em algumas regiões. "Vínhamos mapeando o clima - com o fenômeno La Ninã, que é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, que pode atrasar as chuvas", explica.

Para Fabiano Fuga, da consultoria Andrade & Canellas, "a tendência é mesmo de alta do PLD para os próximos meses".

Além do fator climático, ele lembra de um aspecto estrutural que influenciou na escalada dos preços no mercado spot. "Tivemos a saída de algumas térmicas que iriam ser implantadas no Nordeste, algo em torno de 1.000MW", aponta o consultor. Os projetos, que estavam atrasados, foram retirados das previsões do ONS, o que levou a uma alta na curva de aversão ao risco daquele subsistema. Com isso, aumenta o despacho térmico e, consequentemente, os preços.

"O que temos, de forma estrutural, é que, com as novas usinas sendo feitas sem reservatórios, o operador começa a despachar mais as térmicas. Quando essas térmicas começam a ser chamadas, o PLD sobe", explica Erik Rego, diretor executivo da consultoria Excelência Energética. "Estamos agora em período seco, quando normalmetne o ONS usa mais térmicas para não aumentar muito o risco no longo prazo. Então o PLD fica acima da média nesse período e só volta a reduzir no final do período chuvoso", conclui Rego. (Jornal da Energia)