terça-feira, 6 de março de 2012

Energia deve seguir mais cara no mercado de curto prazo

O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que é utilizado no mercado de curto prazo de energia elétrica e serve como base para contratos fechados entre agentes no ambiente livre, deve seguir em alta nas próximas semanas. Na última sexta-feira, o indicador saltou 42% para as regiões Sudeste e Centro-Oeste e 503% no Nordeste. Os valores para carga pesada acabaram em R$98,47 por MWh e R$86,52 por MWh nesse submercados.

"Apesar de o nível dos reservatórios estar muito bom, a previsão de vazões vem caindo muito rápido. As frentes frias não chegaram, não conseguiram alcançar a região das bacias das hidrelétricas. E o que acontece é como em uma conta-corrente. Você começa a gastar sua reserva sem ter nenhuma entrada, e é isso que o modelo detecta - e o PLD acaba subindo bastante", analisa Cristopher Vlavianos, presidente da comercializadora Comerc.

Para o executivo, a tendência de preços altos deve se manter nos "próximos dez ou quinze dias". Ele prefere, porém, não traçar perspectivas para períodos mais longos. "A previsão metereológica é bem complexa, muda muito rápido".

O sócio-diretor da Ecom Energia, Paulo Toledo, também acredita que a curva de preços se mantenha mais para cima. "O preço deve, sim, ficar um pouco mais alto nos próximos meses. E isso pode contaminar o preço para o período seco e, consequentemente, no segundo semestre. Vai depender dos próximos meses, principalmente abril, mas, se a tendência continuar, o PLD pode ficar nessa faixa (mais próxima dos R$100 por MWh) pelo resto do ano de 2012", aponta.

O executivo da Ecom afirma que o cenário pode se modificar, mas o fato de o período úmido do ano estar se encerrando agora, com afluências abaixo do esperado, pode "contaminar" o PLD até dezembro. "Se o período seco começar com chuvas normais, o PLD pode recuar um pouquinho, mas nesse momento não é isso que está sendo indicado".

No longo prazo, no entando, as projeções ainda são de custo mais baixo da energia, principalmente devido à sobra de contratação proveniente de uma expansão menor do consumo após a crise financeira global. "A previsão de longo prazo está ligada à oferta de energia. E a oferta não muda quando você reduz reservatórios", diz Vlavianos, da Comerc. Toledo, da Ecom, acredita que o PLD só deve impactar algo no médio e longo prazo se os valores mais altos permanecerem por bastante tempo, chegando até o período úmido de 2013. "Mas a tendência, por enquanto, é o preço se manter confortável", conclui. (Jornal da Energia)


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