quinta-feira, 15 de março de 2012

Reembolso para usinas a carvão levará em conta eficiência energética a partir de 2016

O custo de combustíveis para geração de energia elétrica por usinas que utilizem apenas carvão mineral nacional são hoje reembolsados em até 100% com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), formada por meio de encargo cobrado dos consumidores de energia. A partir da 2016, porém, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propõe que o percentual de cobertura dos gastos leve em conta a eficiência energética dos empreendimentos.

Uma minuta de resolução disponível no site da agência apresenta uma revisão da Resolução 129 de 2004, que trazia os procedimentos e regras para esses reembolsos. A nova regra também exigirá que, para receber a totalidade dos recursos a que tem direito, as usinas tenham atendido ao menos 95% da geração estabelecida para o ano anterior e 97,5% da geração de referência relativa aos dois anos anteriores. Caso não cumpram tais critérios, as usinas terão descontos na parcela a receber.

Os agentes de geração deverão submeter suas previsões de geração à Eletrobras e ao Operador Nacional do Sistema (ONS) para a devida aprovação e possível revisão. Esses proprietários de usinas também serão obrigados a implantar, até seis meses depois da publicação da resolução, sistema para medir, registrar, armazenar e apresentar dados referentes ao consumo de combustíveis que serão cobertos pela CDE. O não atendimento dessa exigência cancela o direito da empresa a receber os valores.

A Eletrobras ainda deverá estabelecer números limite como "preço de referência" para os combustíveis, levando em conta o valor médio praticado nos mercados locais das usinas. Caso o agente apresente custos superiores, será necessária uma validação da Aneel, que ouvirá os argumentos e justificativas dos geradores.

A mudança nas regras de reembolso pela CDE foi colocada em audiência pública entre agosto e outubro do ano passado. Na época, a Aneel alegou que o atraso tecnológico das usinas a carvão, somado aos preços do mineral e ao modo de exploração das minas, causava prejuízos à CDE e ao meio ambiente, com mais emissões de carbono. (Jornal da Energia)


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