O novo sistema de bandeiras tarifárias deve elevar o custo da energia elétrica e comprometer a competitividade da indústria, segundo avalia a Firjan (federação das indústrias do RJ). Por esse sistema, a partir de 2014, o custo adicional do acionamento das usinas termelétricas (mais caras que as hidrelétricas) será repassado mensalmente à conta de luz do consumidor.
As bandeiras verde, amarela e vermelha sinalizam se o custo da geração de energia será baixo, médio ou alto. Para a indústria, será verde se o custo for de até R$ 100 por megawatt-hora (MWh). Na amarela, o custo varia de R$ 100 a R$ 200, com taxa adicional de R$ 15 por MWh na tarifa. Na vermelha, é superior a R$ 200, com extra de R$ 30 por MWh.
Estudo da Firjan mostra que, se o sistema de bandeiras tivesse em vigor em 2012, o gasto extra com energia chegaria a R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 400 milhões em tributos. O cálculo considerou cinco meses de bandeira amarela, quatro de vermelha e três de verde, pois em 2012 choveu pouco.
"Por mês, a tarifa pode variar de 10% a 15%. Isso afetará a estrutura de custo da indústria, que terá de negociar com fornecedores ou repassar o custo", afirma Cristiano Prado, gerente da Firjan, que defende a isenção de PIS, Cofins e ICMS nas tarifas adicionais.
Na indústria paulista, o gasto teria sido de R$ 6,61 bilhões, sendo R$ 350 milhões com adicionais e R$ 110 milhões de tributos.
A Fiesp defende o sistema de bandeiras e diz que a empresa pode planejar sua produção, quando avisada que a energia será mais cara no mês seguinte. "O que tem de discutir é por que não são construídas mais hidrelétricas em vez de apostar em outras matrizes de energia", diz Carlos Cavalcanti, diretor da Fiesp. (Folha de S. Paulo)
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