sexta-feira, 26 de abril de 2013

Chesf decide não entrar em leilão, mas Furnas vai disputar projetos

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), empresa que lidera as multas por atrasos dadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não vai participar do leilão de transmissão que acontece em maio, quando serão licitados mais de 5 mil km de redes. A Chesf tem sido uma das companhias mais ativas nos leilões de transmissão, respondendo por boa parte dos lotes arrematados e dos deságios alcançados pelo governo. Em nota encaminhada ao Valor, a empresa informou que se trata de "uma decisão estratégica". 

"No momento, a decisão da empresa é priorizar o programa de obras que já está em andamento", sustentou a Chesf, que prevê investimento da ordem de R$ 2 bilhões em 2013, com adição de seis novas subestações e 1.086 km de linhas. 

Questionada sobre os atrasos, a Chesf informou que "a companhia tem adotado uma série de ações internas visando minimizá-los: por meio da adequação de procedimentos, de melhorias nas estruturas de gestão e controle, da adoção de novas tecnologias, como o laser na elaboração do traçado de linha de transmissão, e da intensificação nas interações com os governos estaduais, órgãos ambientais e do patrimônio histórico-arqueológico". 

Além da Chesf, Furnas (Eletrobras) e Iesul (Cteep) estão na relação de empresas com restrições impostas pela Aneel para participar do leilão. Em nota, a Cteep informou que a Iesul é uma sociedade de propósito específico (SPE) criada em 2008, para construir, operar e manter subestações e linhas de transmissão na região Sul. 

"A SPE não foi criada com o objetivo de participar em novos projetos de expansão. Dessa forma, a última decisão da Aneel não afeta os planos da empresa", informou a Cteep. Sobre seus atrasos e multas, alegou que, "entre as principais dificuldades encontradas na implantação das obras, estão as de cunho ambiental, sendo que todas as solicitações foram devidamente atendidas pela Interligação Elétrica Sul dentro das especificidades e dos prazos solicitados pelos órgãos ambientais requerentes". 

A empresa informou que tem projetos em operações desde 2010 e que tem dialogado "com todos os envolvidos para garantir o adequado andamento das obras e atender as necessidades de consumo da região Sul do país." 

Furnas é a única companhia das três que, mesmo com as restrições da Aneel, vai participar do leilão. "É objetivo estratégico de Furnas crescer mantendo o market share atual que é 9% da geração e 19% da transmissão nacional", informou a empresa. Sobre atrasos, disse que "as principais causas de alteração no cronograma de alguns desses projetos são a demora na obtenção de licenças ambientais, problemas fundiários e atrasos na publicação do decreto de utilidade pública das áreas". 

Furnas está questionando s multas nas esferas administrativa e judicial. A empresa informou que, em 2011 e 2012, foram concluídos e energizados 44 empreendimentos de reforços e melhorias de suas instalações em 20 Subestações e cinco linhas de transmissão. (Valor Econômico)

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