sexta-feira, 26 de abril de 2013

Quatro perguntas a...Nelson Fonseca Leite

O Presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, aposta na oferta suficiente de energia no leilão marcado para junho pelo Ministério de Minas e Energia. Em sua avaliação, a tendência de queda nos preços da energia no mercado de curto prazo dará vantagens ao leilão do governo. Ele considera também que, após o leilão emergencial, o governo ganhará tempo para realizar novas outorgas. 

Pela atratividade de venda de energia no mercado de curto prazo, há risco de que não apareçam geradores interessados em ofertar energia no leilão em junho? 
Havia dúvida se os geradores podem oferecer ou não energia neste leilão emergencial diante das vantagens da venda de no mercado de curto prazo. Mas eu acredito que mais para o final do ano a tendência será de queda nos preços da energia do mercado de curto prazo e as geradoras não deverão assumir os riscos de perder contratos seguros e de longo prazo oferecidos pelo próximo leilão. 

Para garantir atratividade é possível que se estabeleça uma tarifa referência mais alta quando comparado com os leilões anteriores? 
Difícil fazer uma previsão, mas o governo terá que estabelecer um valor referência que garanta a atratividade para os geradores diante do comportamento do PLD (sigla para preço de Liquidação das Diferenças, que é usado como referência para o valor da energia nas operações de curto prazo. 

Após a possibilidade de o leilão de maio ser cancelado, foi positivo o anúncio de remarcação para ainda este semestre? 
Sim. A melhor opção do governo seria seguir os procedimentos que já estavam combinados com a realização deste leilão emergencial que servirá para cobrir a exposição involuntária das distribuidoras ao mercado de curto prazo. O leilão vai dar mais previsibilidade do preço da energia para o próximo ano e mais segurança aos agentes. Além disso, após a realização deste leilão emergencial, o governo terá tempo para promover novos leilões e voltar ao ritmo normal de contratação de energia com um novo A-1 e assim por diante. 

Por que há a necessidade de realizar um leilão emergencial? 
As distribuidoras passaram a ficar expostas ao mercado de curto prazo por causa de uma série de motivos. O primeiro foi pelo cancelamento do último leilão A-1 que era para ter acontecido no ano passado. Depois pelo cancelamento das outorgas das usinas do grupo Bertin, e por fim pela não realização das cotas de energia (após a recusa da Cesp e Cemig em não renovar contratos de geração). Por isso, as distribuidoras precisaram ir buscar energia no mercado de curto prazo, que tem a energia mais cara. Essa diferença poderá ser coberta com o novo leilão. (Brasil Econômico)

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