terça-feira, 30 de abril de 2013

AES prevê investir R$ 2 bi em térmicas

O presidente do grupo AES no Brasil, Britaldo Soares, espera que o governo realize um leilão específico para termoelétricas neste ano. A controladora da AES Tietê possui na gaveta projetos para a construção de duas térmicas no interior de São Paulo, de 550 MW e 540 MW, respectivamente, mas que dependem do abastecimento de gás pela Petrobras. Cada usina custaria R$ 1 bilhão. "O Brasil precisa de térmica para suportar a volatilidade da [geração] hidráulica", disse Soares. 

Sobre o interesse nas hidrelétricas da Cesp, Cemig e Copel, cujas concessões não foram renovadas, Soares afirmou que o grupo vai analisar aquelas que tenham sinergias com os ativos da AES Tietê. A usina de Três Irmãos, da Cesp, em São Paulo, está entre as hidrelétricas que poderiam interessar, pela proximidade. 

Segundo Soares, a AES Eletropaulo, distribuidora que abastece energia na região da Grande São Paulo, recebeu R$ 130 milhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), bancada pelo Tesouro, para cobrir sua exposição involuntária ao mercado de curto prazo em janeiro. Enquanto não houver leilões de energia disponível, as distribuidoras continuarão sendo ressarcidas pelo governo, afirmou o executivo. 

Todas as distribuidoras ficaram subcontratadas após o rateio das cotas das hidrelétricas que tiveram suas concessões renovadas. No fim de 2012, a Eletropaulo possuía um volume contratado para abastecer 102% do consumo de seus clientes. Agora, esse percentual é de 95,5%, disse o executivo. O governo já tentou realizar um leilão de energia disponível, mas não houve interesse por parte dos geradores porque os preços não compensavam. Outro leilão será realizado em maio. 

Ontem, a Eletropaulo lançou um projeto de R$ 72 milhões para a implementação, até 2015, de redes inteligentes ("smart grids") no município de Barueri, na Grande São Paulo, onde está a sede da companhia. Apesar de representar só 1% do mercado atendido pela distribuidora paulista, esse será o maior programa de "smart grid" atualmente em desenvolvimento no país, disse Soares. A companhia prevê recuperar os investimentos em oito anos. 

O projeto seria equivalente ao que é adotado no Texas (EUA) e na Itália, comparou o executivo da AES. Medidores eletrônicos permitirão, no futuro, que as distribuidores cobrem tarifas diferentes ao longo do dia e ofereçam descontos para a energia consumida fora do horário de pico, por exemplo. (Valor Econômico)

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